Para não esquecer...

ACÇÃO DA GNR EM MURÇA

A Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24 e A23 realizou [ontem] duas iniciativas de recolha de assinaturas na petição contra as portagens – uma em Tarouca e outra em Murça - esta última, aquando de uma visita do Primeiro-Ministro José Sócrates.

Na iniciativa de Murça a GNR confiscou uma aparelhagem sonora que estava instalada numa viatura. A viatura foi igualmente apreendida pela GNR e posteriormente entregue a um fiel depositário que é membro da Comissão de Utentes Contra as Portagens.

Como se passou tudo isto num estado de direito ?

A viatura estava legalmente estacionada fora da zona de protecção.

A GNR a dada altura solicitou que o volume de som fosse baixado. O volume de som foi reduzido.

De seguida a GNR informou que as colunas de som não deviam estar colocadas no chão. As colunas de som e um gerador foram colocados na viatura [na grade do tejadilho e na mala].

Todas as determinações da GNR foram cumpridas.

Imaginamos que por ordem superior, passados uns largos minutos, a GNR dirigiu-se à viatura e confiscou o equipamento de som e apreendeu a viatura.

Diz a GNR que se tratava de uma manifestação ilegal. Ora, importa dizer que não existia nenhuma manifestação – tratava-se apenas de sete membros da Comissão que, com apoio de uma mensagem sonora, recolhiam assinaturas contra as portagens numa petição que está também disponível em www.contraportagens.net

Diz a GNR que a viatura estava próxima da iniciativa onde ia estar presente o Primeiro-Ministro. Ora, a viatura estava fora do perímetro de segurança, montado pela própria GNR, com grades metálicas.

Diz a GNR que a viatura e o som estavam próximos de uma escola. Importa dizer que na escola não decorriam aulas, uma vez que crianças e professores aguardavam a chegada do Primeiro-Ministro.

Após o equipamento de som ser confiscado e colocado numa viatura da GNR, um membro da Comissão de Utentes Contra as Portagens dirigiu-se com quatro testemunhas ao quartel da GNR de Murça onde apresentou queixa por abuso de autoridade, furto e dano em propriedade privada, contra o Capitão José Moutinho e o Sargento António Pessoa.

Estranha-se este comportamento da GNR de Murça. Terá a GNR de Murça obedecido a ordens exteriores à corporação ? Os tribunais esclarecerão este comportamento.

Uma coisa é certa – o Governo lida mal com a indignação, o protesto e a luta dos portugueses.

Uma outra coisa também é certa - As iniciativas de recolha de assinaturas contra as portagens vão continuar a realizar-se nos distritos de Viseu, Vila Real, Guarda e Castelo Branco. E continuarão a realizar-se também nos locais visitados pelo Primeiro-Ministro. O único senão será a necessidade de encontrar um equipamento sonoro que substitua o que foi ilegalmente confiscado pela GNR de Murça. Se for necessário apelaremos à população para uma contribuição financeira.

Na próxima semana serão colocadas faixas em diversos locais daqueles quatro distritos apelando ao protesto e à luta contra as portagens.

De igual forma, como já está anunciado, no dia 8 de Abril realiza-se uma grande acção de luta nas auto-estradas A25, A24 e A23 envolvendo os distritos de Viseu, Vila Real, Guarda e Castelo Branco – a forma dessa acção será divulgada nos próximos tempos.

18/Fevereiro/11

A Comissão de Utentes
Contra as Portagens na A25, A24 e A23

escrito por ai.valhamedeus

1 comentário(s). Ler/reagir:

vitor m disse...

Estes gajos (governo, gnr) ou são mesmo desajeitados ou sentem o terreno a fugir-lhes debaixo das botas.
Como é possível isto (ainda) acontecer 37 anos depois do fim da ditadura?!