Leio Rui Tavares no Público
[7 fevereiro de 2011]
e retenho sobre a Infinita plasticidade com que titula a sua coluna Consoante muda:
«É precisamente porque o mundo está submerso em falso ceticismo que o verdadeiro ceticismo nunca chega».
Tavares queria chegar ao Cairo, onde o povo e a rua, uma vez mais, se cruzam em nome da liberdade, mas, muito antes, precisou de se inteirar sobre a teoria que melhor poderia justificar a inevitável dicotomia entre religiões ditas adversas. De Jacob Burkhardt e de Hegel, um historiador e um filósofo, R. Tavares recolhe a matriz para, já em fascínio, nos explicar que, em nome da liberdade, mais do que em nome de um deus, é possível conjugar cristãos e muçulmanos, na rua, protegendo-se alternadamente.
Enquanto o ceticismo se reconfigura, Mubarak abandona a cadeira de faraó do Egito; agora, fruto da infinita plasticidade, é a liberdade que pontua no trono real.
Festejemos, então!
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6 comentário(s). Ler/reagir:
Blá, blá, blá... isto é o romantismo das ditas revoluções... daqui a um mês ou dois, tal como acontece com todas as outras revoluções, está tudo na mesma... estes homens do poder, ou outros iguais a estes, submeterão o povo aos seus ditames e perpetuar-se-ão no poder por um tempo interminável... isto é apenas um "ar de idealismo" que depressa acabará.
serve para escrever coisasa bonitas e citar frases feitas, mas o povo pouco ou nada beneficiará a revolução depressa se transformará em devolução... o idealismo só existe nas cabeças, não na realidade...
Prontos!
Deviam todos estar quietos, porque a roda, por enquanto, é redonda (podendo ser dentada) e, até ver, o quadrado tem 4 lados, sem falar nos ângulos.
E, de facto o idealismo só existe onde existe. bem procurei e, mesmo sabendo eu mais ou menos o que é a realidade, não encontrei lá o tal idealismo. Fatalismo e destino conspiram todos os dias para que, tudo mudando, tudo fique na mesma. E voltamos ao cepticismo, ao falso claro; enquanto isso festejemos (num instante) a queda de um ditador (enquanto outro vem a caminho). Por momentos, a ilusão(!?) pode marcar-nos para o resto dos nossos dias e isso, pode ser idealismo, mas vale por uma vida!
Realisticamente, tal como diz, são instantes que valem por uma vida, mesmo que a vida continue a não valer nada...
Já percebemos, hoje deu-lhe para o lado da "vida [...] não valer nada...". Certo, quem sabe se um dia destes, com o tempo melhor, a vida não terá, pelo menos, um arremesso de valor [até para os egípcios]?
Este Acordo Ortográfico é uma lástima. Num jornal que o adoptou(eu ainda não) vi cepticismo escrito com "p". É que, para a confusão ser maior, há palavras que permitem 2 grafias. Esta deve ser uma delas.
Gabriela
E qual é o problema da doble grafia? Que mal vem daí ao Egito? e ao Egipto? Algum bem?
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