Para não esquecer...

AS NO E OS PROFESSORES

No último Expresso, a ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues assina um texto de opinião a defender as Novas Oportunidades (NO). Nada de especial diz a senhora; quero dizer, nada que se não esperasse, nem mesmo aquele que é, por norma, o tipo de "avaliação" que se tem feito da coisa: a "avaliação" a partir dos princípios, em vez da sua efectivação prática.

Se me refiro ao texto, é só por mor de uma breve citação: a ex-ministra ataca o modo como a direcção do PSD pôs as NO na ordem de trabalhos da agitação eleitoral -- critica-a por ter chamado "ignorantes aos adultos que frequentam o programa" e por desacreditar "a atividade profissional dos professores e formadores".

Admito que a primeira das acusações tenha alguma ponta de verdade; já em relação à segunda, é bom que se alerte a "opinião pública" para o facto de que a autonomia da actividade profissional dos professores, no que aqui é relevante, é muito limitada. A(s) política(s) educativa(s)
[num sentido muito abrangente que inclui a definição, direta ou indireta, das "facilitações"/"dificultações" do processo]
não são da sua competência, mas do poder central. Os professores cumprem diretivas.

Em tempos já muito idos
[em tempos de muito mais aceitação das NO]
escrevi que haveriam de vir as marés em que os professores levariam por tabela com a avaliação negativa da magna farsa socretina das NO. O mar já começou a bater forte na costa -- e, sub-repticiamente, o mexilhão começa a lixar-se.

escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

é sempre bom saber mais. seja em que circunstância for. as Novas Oportunidades só formam ignorantes pois não buscam nem qualificar, nem ensinar. são apenas um truque estatístico.
não sei qual é o problema em admitir isso. Com elas quase todos ficam onde estão e muita gente ganha mais uns cobres.
Se a universidade põe cá fora centenas de milhar de indivíduos que forma ao longo de anos com bas classificações mas quase analfabetos, como poderiam as Novas Oportunidades qualificar alguém num período reduzido e com tão pouco saber e disposição para o adquirir?
as N. Oportunidades nunca foram para avaliar, mas sim para enganar os nossos parceiros lá fora e os cidadãos cá dentro.

mitro disse...

ESta merda das competências já começa a cheirar mal!
Gostava de ver economistas diplomados e doutorados a viverem quatro anos só com salário mínimo!