Para não esquecer...

PONTOS DE INTERROGAÇÃO

Não é só nos comportamentos; também nos domínios da fala e da escrita, a imitação transforma erros em normas. Seja este exemplo: é cada vez mais comum não se distinguir entre 
diz-me: quantos anos tens? 
diz-me quantos anos tens. 
No primeiro caso, com ponto de interrogação; no segundo, sem ele. 

E não é só o humilde escritor anónimo que está em questão; está igualmente gente de pena de ouro: há tempos, o sapientíssimo e celebradíssimo escritor Miguel Sousa Tavares escrevia 
[num texto nazistóide que confirma a evidência de que, com o tempo, o sr. Miguel solidifica a ideia de que a democracia deveria ser construída à medida das suas ideias e que foi publicado no Expresso de 10 de junho passado]: 
Sinceramente, gostava de saber quantos votos se ganham nesta absurda canseira? 
Exactamente assim. Com o ponto de interrogação. O sr. Miguel pergunta-nos se ele gostava de saber quantos votos [etc]: sabemos lá nós?!...

escrito por ai.valhamedeus [com ilustração rapinada daqui]

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Este senhor pensa que o facto de ser filho de quem é lhe dá estatuto. E com alguns néscios resulta.
Gabriela