Para não esquecer...

A HISTÓRIA DO PCP NA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

Raquel Varela, nesta tese de Doutoramento, disseca a posição do PCP logo a seguir ao 25 de Abril.

O PCP, o tal que se opunha às greves e às lutas dos operários, esse, está ali todo. E opunha-se porque a revolução era nacional e não socialista e havia que dar corpo à Frente Unida.

Cunhal, o da nomenklatura, depois de 14 anos de aburguesamento na URSS, está lá.

E o PS, esse aborto constituído por uma dúzia de advogados de Lisboa? Esse aprova a lei anti-greve de Agosto de 74 em Conselho de Ministros e combate-a na Rua, para desespero de Cunhal - um homem sério - que denuncia a hipocrisia do PS. Mas que esperar de Mário Soares -- não é, Martim? O PCP quer o golpe mas não quer a revolução, por questões táticas, geoestratégicas e outras. O PCP receia os trabalhadores que não sejam controlados ou pelo Partido, ou pelas estruturas sindicais ou pelo Ministério do Trabalho - tudo sob a sua dominação. Diz a autora que "a política do PCP não era a de construir organizações autónomas dos trabalhadores, mas a de enquadrar as lutas destes nos sindicatos dirigidos pelo PCP em, em articulação com o governo".

Um livro sério a ler com atenção.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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