Para não esquecer...

NUNOCRATICES


A gente lê a entrevista de Nuno Crato ao Público do passado dia 31 de Outubro
[transcrita aqui]
e, se não esquecer que se trata de um ministro da Educação, fica de boca aberta: a palavra que ganha o ranking das repetições
[muito afastada do 2º lugar]
é um termo muito... educativo: "milhões". Os milhões que se poupam com o cortes dos subsídios de Natal e férias (644 milhões); com a eliminação da Área de Projeto (50 milhões) e do Estudo Acompanhado (no 3º ciclo, 17 milhões); com a redução das transferências para o ensino superior (100 milhões); com a eliminação do par pedagógico
["o chamado par pedagógico", em linguagem do próprio],
com a redução na contratação de professores...

Perguntado "mas antes..." não era isso que era defendido, responde: "mas nós não estamos a pensar nos termos anteriores": "o que há de novo em mim é uma consciência das dificuldades do país que eu não tinha, e que o país não tinha, há um ano"
[importa-se de repetir? o país quê?!...]
Em segundo lugar, ficam expressões que mostram que o ministro, para além da cassete dos milhões, não vê nada ou quase nada:
  • quantas universidades deveríamos ter? "15 parece-me de mais. Mas não quero avançar um número";
  • e quanto ao modelo de financiamento do superior? "vamos ter de repensar isso tudo para o ano";
  • que objetivo? "está tudo em aberto";
  • que critérios? "vamos pensar nisso";
  • tem ideia de quantos alunos perdem direito à bolsa? "ainda não";
  • e o resto: "a inspeção está a ser finalizada"; "estão a ser estudadas algumas mudanças"; "não quero adiantar coisas concretas sobre isso"; "não vejo mal nenhum no modelo da [Parque Escolar]".
Quando, uns tempos depois da posse, Nuno Crato se mantinha em silêncio, os seus defensores
[incluindo ele próprio]
defendiam-no com o argumento de que não falava para, em favor da descentralização, deixar a iniciativa às escolas. As suas palavras indicam que o homem continua a descentralizar
[ou, talvez, descentralizado...]
escrito por ai.valhamedeus

3 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Foi isto que ele aprendeu nos States? Bahhhhhhhhh!
Quem o ouviu antes de ser Ministro e quem o ouve...
Zé do Telhado

Rompendo a Tola disse...

É o alzheimer da política: uma vez no tacho, esquecem-se as promessas, as propostas e a puta de vida que levam os portugueses (incluindo professores e alunos). Para os políticos do tacho (incluindo o tal Crato), o orçamento vai dando para o tacho e para a conta bancária... porque a crise não é geral.

Anónimo disse...

Não é só isso. São estes políticos de aviário, cheios de si e do sorriso das vacas, que utilizam a falta de cultura de um povo e o poder dos média, para levar este povo à ruína: económica, moral e cívica. Se é que moral e civismo se podem considerar 2 conceitos diversos.
Gabriela