Para não esquecer...

EX-CITAÇÕES * 113. a falar é que a gente se entende

“…Falei
(num colóquio internacional co-organizado pelo Indian Institute of Advanced Study, pelo Centro de Estudos Sociais, e pela Universidade de Goa, integrado nas celebrações da libertação)
das características do colonialismo português, bem diferente do inglês, e fiz questão de salientar que das diferenças não seria legítimo concluir se o colonialismo português foi melhor do que o colonialismo inglês, já que todos são maus. No final, uma antropóloga indiana, profª na Califórnia, criticou-me por eu ter dado uma visão muito positiva do colonialismo português. Respondi-lhe que essa era uma interpretação errada do que eu tinha dito. Para minha surpresa, leio no principal diário da Índia, The Times of India, do dia seguinte, que eu afirmara que o colonialismo português fora pior do que o inglês pelo facto de Portugal ser menos desenvolvido do que a Inglaterra. Poucas horas depois recebo uma mensagem de uma jornalista da Lusa preocupada com o teor da notícia e querendo saber em que é que eu me baseava para considerar o colonialismo português pior do que o inglês. Desfiz o equívoco e expliquei a minha posição. Mereceu a pena. Era uma jornalista muito competente, a julgar pela notícia que escreveu….” 
[Boaventura de Sousa Santos, prof catedrático da Universidade de Coimbra e director do Centro de Estudos Sociais (CES) e 25 de Abril, prof na Univ. de Wisconsin- Madison, com vasta obra de projecção internacional, em particular nos domínios da sociologia, democracia e direitos humanos]

escrito por Gabriela Correia, Faro

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