Para não esquecer...

hoje é sábado 195. OS OLHOS

O rosto que olha para trás,
o lado de fora do visível,
existe este rosto ou é apenas,
diante da infância, o lhar que se contempla?

Em ti, noite,
reclino a cabeça.
O que eu fui sonha,
e eu sou o sonho:

alguma coisa que pertence
a um desconhecido que morreu
que outro desconhecido (é este o meu rosto?)
fora da infância infinitamente pense.
[PINA, Manuel António, Todas as Palavras (poesia reunida), Assírio & Alvim, s/l, 2012, pág. 106]

escrito por Carlos M. E. Lopes

0 comentário(s). Ler/reagir: