Para não esquecer...

VERGONHA?!

Ao que, ontem, aconteceu junto do parlamento português e, depois, noutras zonas de Lisboa, há (muitos) quem grite, contra os "desordeiros" VERGONHA!

VERGONHA, digo eu, é termos governantes que se limitam a anunciar desemprego em cima de desemprego sem qualquer medida que o combata. VERGONHA é haver quem, contra a sua vontade, viva abaixo das condições mínimas de qualquer ser humano digno. VERGONHA é roubarem-nos constantemente os salários, pela sua redução e pelo aumento de impostos, contra todas as promessas eleitorais. VERGONHA é haver Relvas e Sócrates que "tiram" cursos como se sabe... VERGONHA é essa gente toda não ter vergonha.

escrito por ai.valhamedeus

9 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

E a solução para tanta vergonha é apedrejar a polícia e danificar o bem comum?
não me parece que possa ser elogiada qualquer atitude agressiva e violenta de gente cobarde que tapa o rosto e "espatifa" o que é dos outros e o que é de todos.
se os governates são maus, representam exactamente aqueles que os elegem. um povo mau, faz mau quem o governa. porque é que todos são contra os políticos e esperam apenas que esses políticos a quem arranjam o empreguito, os compensem com um empreguito á custa dos proveitos do estado? que tal se cada cem sindicalistas, criarem cinco empregos? não seria bem melhor do que esperar que o estado lhos dê? que tal se cada cem professores desempreegados criarem uma alternativa rentável à escola do estado e empregarem na nova estrutura outros tantos professores? que tal em vez de pedir subsídios, pedir terras para trabalhar, mar para pescar... que tal em vez de reivindicar por direitos adquiridos, partilhar o trabalho e os direitos com aqueles que nem têm um nem contam com os outros?
em que mundo vivem? a europa nunca mais voltará a garantir às gerações futuras o que garantiu à vossa. é preciso abrir os olhos, não para partir tudo, mas para partilhar o que se consegue. a não ser assim, ficaremos com as coisas partidas e o futuro - para quem nele tiver que viver - bem pior do que já se perspectiva.
basicamente os povos que não se sabem governar como o nosso, não podem querer viver da caridade alheia e pensar que podem influenciar aqueles que lhe pagam as contas... como diziam os vossos cartazes ACORDEM pois a europa e portugal nunca mais voltarão a ser aquilo que foram até aqui. quanto mais partirem em maior ruína hão-de viver no futuro.
não sou eu que o digo, é a história que o mostra.

Anónimo disse...

Apoiadíssimo! E a lista da VERGONHA peca por ser pequena.
Vergonha é também ver os senhores do governo frente aos microfones com palavras moralistas perante os "desmandos de ontem". E os deles? quando é que os vamos "desencentivar"?
Claro que se fosse o meu carro a ser vandalizado, ou alguém da minha família a ser alvo de insultos, não sei como reagiria...
Zé do Telhado

Anónimo disse...

Por essa ordem de ideias , a Europa em que vivemos estava toda escaqueirada, nomeadamente a Alemanha. Ou já se esqueceu, caro/a anónimo/a das ruínas em que ficou a Europa, e não só, mas sobretudo, após os ataques a populações indefesas dos senhores da guerra? A História não lhe ensinou isso?
Já para não falarmos de Hiroshima e Nagasaki
Gabriela

Anónimo disse...

ensinou, ensinou... e também me ensinou sobre o ambiente que preparou a guerra... cuja segunda começou com um acto de eleição democrática

Gabriel disse...

Eu só pergunto: onde estão os banqueiros do BPN e do Millennium-BCP que arrecadaram a massa e são apoiados pelo governo?

A culpa não pode ser dos trabalhadores que ficaram sem emprego e sem casa, só porque acreditaram e votaram nuns palhaços que aprenderam a mentir lendo os cartazes do partido.

O governo sabe que a culpa é dos banqueiros, mas é deles que recebem a massa para as suas campanhas. Por isso calam a boca e mandam cargar sobre os manifestantes.

E os manifestantes, para bem dos banqueiros e seus apoiantes no Ai-Jesus, devem continuar a comer e a calar, porque assim talvez os banqueiros se compadeçam e deixem cair algumas migalhas que alimentarão as tuturas gerações de escravos...

Anónimo disse...

a culpa é sempre dos outros... não me consta que os banqueiros andassem de porta em porta, de pistola na mão, a fazer créditos... não me consta que os banqueiros tenham tido poder para abrir portugal de lés a lés com estradas, estradinhas, edifícios públicos de duvidosa utilidade, rotundas e por aí fora... numa sociedade democrática s banqueiros são negociantes como quaisquer outros... e também não me consta que tivessem tido muito trabalho para convencer milhares de indivíduos a subscrever créditos para casas que jamais poderiam comprar, para férias em paraísos distantes e caros, para carros que as bolsas não comportavam...
porque é que cada um não assume as suas culpas e essencialmente, se quer verdadeiramente ser livre, paga as suas dívidas? talvez assim ainda se salve alguma coisa...

Anónimo disse...

Exactamente, meu caro: paguem as suas dívidas. Por que não começamos pelos responsáveis dos bancos? Esses foram injectados com milhões; os pequenos vivem ao relento, como acontece na rotunda do hospital, em Faro, "outra vez a capital do Algarve", lembram-se da campanha e destas palavras?
Um sem - abrigo vive entre as colunas desabrigadas que suportam um prédio. Em pleno séc. xxi!
Os bancos, através dos empregados, concederam crédito porque lhes interessava e pressionavam os clientes, ou não lhes diziam a verdade, para atingirem os objectivos que tinham em carteira, e assim, receberem bónus. E não foram os nossos banqueiros que inventaram esses produtos tóxicos, mas apressaram-se a imitar outros. Aconselho-o vivamente a ver o filme, feito por americanos, "Inside Job", quiçá aprende mais sobre empréstimos, logros e povo "economicamente inculto".
Povo inculto é pasto para oportunistas: tanto com o Hitler, como agora.
Também sei a causa próxima da 2ª guerra mundial, mas não a única, havia muito mais em jogo e sei que o capital apoiava quem prometeu emprego ao povo, e precisamente com a construção de auto-estradas, por onde haveria de passar a máquina de guerra.
E se não tivesse sido o Plano Marshall, como estaria ainda a Alemanha?
gabriela

Anónimo disse...

Pois tem razão. A alemanha, USA, japão... também têm centenas de milhar de sem abrigos... não vamos entrar nessa demagogia. parece que os bancos não estão assim tão bem. até eu que não sei nada de economia percebo isso.
tem razão que a alemanha aproveitou as "oportunidades" do pós guerra, mas ao contrário de Portugal e países semelhantes trabalharam enquanto povo para terem um futuro próspero. nós, os do sul e principalmente os portugueses, somos uma sociedade de dependentes, como quer a intersindical, o PCP e outros que tais... o estado deve tirar a quem cria para distribuir pela massa de calaceiros... Portugal também já teve muito: a rota das índias, o ouro do brasil, os fundos da europa... e que fez em todos os casos? Criou uma sociedade dependante do estado através do poder dos colectivistas, gastou o que lhe chegou sem "lei nem roque", não pensando no futuro dos que cá ficariam. para tanto contribuiram todos: partidos, sindicatos (quem tutelava uma boa parte da falsa formação profissional?), bancos, empresas, particulares... todos viveram como se não houvesse amanhã... agora que o amanhã chegou, á boa maneira portuguesa, queremos que alguém nos salvem pagando as nossas dívidas e o diabo é a alemanha, que por acaso é um dos bons destinos de emigração para os portugueses qualificados de agora (não é cuba, venezuela e outros que tais...).
mas também até aqui nada há de novo. durante anos a fio - na herança do marquês de pombal - o mal de tudo em portugal eram os jesuitas (mesmo durante a primeira república!). veio o 25 de abril e o nosso mal passou a ser culpa do salazar que nessa data já não governava... e assim continua a ser... houve uma crise criada pela banca é verdade... todos os países prósperos e bem organizados - alemanha, holanda, dinamarca... fizeram o que tinham que fazer... Portugal, espanha, grécia, itália... continuaram a viver como se nada tivesse acontecido. Resultado: uns vão-se aguentado, os outros - como nós - vamo-nos enterrando. isto são evidências, não é ideologia nem discurso político que a mim nada me interessa.
os portugueses têm que aprender a viver com o que têm e a governar o seu estado. custa muito saber que ao longo da história sempre vivemos com a assistência de terceiros e custa muito saber que todos aqueles que mais se manifestam indignação apenas o fazem para continuar a viver com a tutela de terceiros.
somos poucos e podemos ser totalmente livres e autónomos, mas enquanto vivermos com a mentalidade do tem+po do rei fundador, não sairemos da "cepa torta". temos o exemplo do municipalismo um "palavrão" do tempo de D. Dinis que todos pensam adaptar-se á realidade actual... mais de três centenas de municípios num país onde três dezenas chegariam!!! com tanto preconceito ideológico, aonde iremos parar... agora ainda há um estado social mínimo, mas quando ficarmos sós e endividados retornaremos aos níveis sociais do final do século XIX.
aprendam com o povo: quem não tem dinheiro não tem vícios, e nós estamos totalmente falidos... protestar contra quem ainda se dispõe a ajudar-nos não será a melhor maneira de resolver o grave problema que enfrentamos...

Zé Com Telha disse...

«...parece que os bancos não estão assim tão bem».

Pois não. Os administradores foram «inteligentes» e não deixaram a massa no banco. Levaram-na para os paraísos fiscais ou deram-na aos filhos, como fez o do Millennium-BCP. Para isso tiveram que roubar os clientes. E agora, o governo, en vez de os julgar e meter na cadeia, dá-lhes mais dinheiro para que não se sintam frustrados.

Deixe-se lá de defender os ladrões.
Não há banqueiros nem políticos sem-abrigo ou que tenham perdido a casa. Conhece algum? Então deixe-se de atacar as vítimas.