Para não esquecer...

A INTERNET E AS BIBLIOTECAS


As palas dos burros não são boas conselheiras para a inteligência. Seja em que domínio for. Mesmo sendo, efeticamente, usadas em muitos domínios.

Seja o exemplo desta recorrente discussão: os "ebooks" substituirão os livros em papel? lançasse eu, neste texto, a polémica e seria campeão de comentários neste blogue. Porque, estando de palas, quem está de um lado só vê em frente. Porque, estando de palas, quem está do lado contrário só vê em frente também, mas para o lado contrário.

Vem isto a propósito de um texto, em espanhol, que sintetiza10 razões (enumeradas pelo Decano de Serviços Bibliotecários na Universidade de Winthrop no estado de Carolina do Sul, Mark Y. Herring) -- 10 razões pelas quais a Internet não pode substituir as bibliotecas convencionais

Perdoa-se-lhe o zelo, admitindo que o Decano trata de defender um local de "trabalho". Perdoa-se-lhe ainda tantas razões, porque, numa lista de razões, menos de 10 são poucas... Tudo perdoado, a gente lê aquilo e sorri, se por decoro não rir às gargalhadas. 
  • "Nem tudo se encontra na Internet. Normalmente, o que é valioso na rede não é grátis".
  • "O investimento em materiais eletrónicos ou digitalizados pode duplicar e até triplicar em comparação com os custos do impresso. A acessibilidade destes não é maior que a do livro impresso".
  • As restantes 8 tolices estão enumeradas aqui.

escrito por ai.valhamedeus

4 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Li as razões e concluo que nos Estados Unidos há bestas (ou sobretudo lá)
Carlos Lopes

Ai meu Deus disse...

Para que ache um argumento interessante, não preciso de concordar com o mesmo. Há argumentos interessantes de que discordo.

Dito isto... jamais encontrei um único argumento interessante a favor da superioridade do impresso (relativamente ao digital) ou da impossibilidade de o impresso ficar residual.

Há é muita gente que fala do que desconhece. Mas este decano abusa. Veja-se esta ridícula "argumentação": "Quanto aos leitores de livros eletrónicos (ereaders), utilizar um leitor de livros durante mais de meia hora pode resultar numa dor de cabeça e em vista cansada". O que é que imaginará este ignorante, quando fala em leitor de livros eletrónicos? terá alguma vez visto (já não digo usado) algum?

E ainda esta pérola: "E o que dizer da biblioteca virtual a nível estatal? Poderia fazer com que o Estado se arruinasse". Uma coisa... do outro mundo!

Anónimo disse...

o progresso é o que é. antes da escrita havia a tradição oral de que os ocidentais demoraram a desfazer-se mesmo quando conheciam a escrita em outros povos que consideravam menos evoluídos... veio o papiro, veio a imprensa, veio a internet...
mesmo existindo edições há milhares de anos, excepto um ou outro livro de "estudo", a literatura "cor de rosa" e de há uns anos para cá os autores mediáticos que edição se pode considerar de massas? nenhuma ou quase nenhuma.
o futuro será o que vier a ser... no livro e noutros planos. o digital sobrepor-se-á à edição... a consulta em casa à ida à biblioteca... mas pouco mudará... serão poucos a ler o que mais interessa, muitos a ler - ou a adquirir o mais publicitado, como até aqui.
não é o facto de haver bibliotecas que atrai mais leitores, nem sequer são os vizinhos das mesmas aqueles que mais uso lhes dão.
esta é uma falsa questão. futuramente teremos uma realidade "livresca" completamente diferente da actual, como a actual é completamente daquela que se verificava há uns escassos 50 anos. Como diz o poeta é apenas o "mundo que pula e avança..." sempre ás cores, sempre para melhor do ponto de vista do utilizador.

Anónimo disse...

Pois eu acho que enquanto houver velhotes e os cortes persistirem, as bibliotecas vão ser procuradas para a leitura dos jornais que versam notícias sobre futebol. Ah, e também palavras cruzadas e Soduku. É o que venho constatando. Para os jovens e os adolescentes há a sala dos computadores onde vêem DVDs, e afins.
A biblioteca deixou de ser um lugar de silêncio, recolhimento, e pesquisa, e passou a ser um lugar (quase) de convívio; para o bem e para o mal.Servem-se refeições, que o corpo precisa de ser alimentado; não é só o espírito.
Lugar também de palestras (cada vez menos) e até sala de cinema. E assim vai alguma cultura em Portugal. Já foi mais pujante, mas com o PSD no governo, já se sabe...
Zé do Telhado