Ah! minha Dinamene! Assim deixaste[Camões, Luís, Poesia Lírica, Editorial Verbo, Biblioteca Básica Verbo 32, s/l, pág. 88]
Quem não deixara nunca de querer-te!
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,
Tão asinha esta vida desprezaste!
Como já pêra sempre te apartaste
De quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te
Que não visses quem tanto magoaste?
Nem falar-te somente a dura Morte
Me deixou, que tão cedo o negro manto
Em teus olhos deitado consentiste!
Ó mar! Ó céu! Ó minha escura sorte!
Que pena sentirei que valha tanto,
Que inda tenha por pouco viver triste?
escrito por Carlos M. E. Lopes
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