Para não esquecer...

CRATO DIRIGENTE DA FNE?


 Tive a surpresa de ouver o ministro da educação anunciar o que a FNE fará, depois de ter furado a luta contra a estúpida prova de acesso.

Será Crato o dirigente (ou candidato a isso) da FNE?

escrito por ai.valhamedeus

7 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Não é preciso muita sabedoria.
se o sistema tem duzentos candidatos para 20 lugares, qual a melhor maneira de selecionar? Pelas competências próprias que cada um demonstre possuir - aferidas por exemplo por um exame - ou pelo velho modelo salazarista da idade ou do tempo de serviço?
É curiosos ver, ouvir e ler tanta gente de esquerda e diga-se, também de direita - a escrever tantas frases com comparações salazaristas e depois vê-los tão agarrados aos princípios básicos do estado corporativo que Salazar tão bem deixou montado e "oleado": ele é a idade como um posto, as rendas de tuta e meia obrigando os proprietários a acção social que compete ao estado, os bilhetes da CP e outros até à terceira geração, a bondade para os funcionários públicos mesmo que sejam "certificados" em incompetência... e por aí fora.
Explique-me então qual a diferença do estado totalitário de direita e aquele de esquerda por que lutam. Digamos assim, mudando a ideologia de direita pela de esquerda, tudo o resto é igual... centralismo, centralismo, centralismo. O valor individual desprezado em nome de um suposto interesse maior do colectivo.

Ai meu Deus disse...

Caro/a anónimo/a,

se não é precisa muita sabedoria, então eu sou muito burro.

Um dia destes, numa universidade portuguesa, um grupo de alunos discutia a avaliação dos professores: que sim, que não, que talvez. O professor, às tantas, distribuiu uma folha em branco aos alunos e pediu-lhes que indicassem aspetos concretos da avaliação dos professores de que discordassem (e alternativas). Embatucaram, por uma razão: não conheciam o processo.

Tenho a impressão de que o mesmo se passa com o/ anónimo/a: não sabe em que consiste esta prova tola e fala genericamente, sendo que o que escreve se aplica tanto à prova como a outra coisa qualquer (ou não se aplica a nada).

Vamos fazer um teste/prova? Só dois pequenos aspetos/pormenores (se forem necessários, avançamos outros):

a) imagine dois professores de filosofia (ou de história): um deles demonstra, numa das 2 provas, que sabe resolver equações de segundo grau e o outro, que não. Conclusão: o primeiro é melhor professor de filosofia (ou de história) do que o segundo, tem mais competências... Pergunto-lhe: concorda que é assim?

b) como talvez (não) saiba, a prova deve ser respondida de acordo com o polémico acordo ortográfico. 10 erros, como talvez (não) saiba, dão chumbo. Uma das grandes dificuldades do acordo (também para mim, reconheço) é a hifenização. No conjunto, é difícil um provando dar uns errotes? é indesculpável?

Proponho-lhe um exercício de que não gosto: posso indicar no seu comentário, caro/a anónimo/a, algumas gralhas (chamemos-lhe assim, porque não são gralhas, mas erros)? Ok, ok, não vou fazer isso, mas olhe que tem algumas (erros de concordância, erros de ortografia,... Não me obrigue a exemplificar). Provavelmente, este meu texto, também -- e a probabilidade de chumbarmos ambos numa prova de português não era tão remota como talvez pense que é. Digo eu...

Anónimo disse...

Pois tem razão em tudo o que diz. sei bem o que são exames, bem de mais. já fui submetido a talvez centenas deles, já fiz talvez milhares deles...
mas isso para pouco ou nada serve.
os meus argumentos não defendem uma prova que seja absurda - suponho que não o será. Também sou contra o facto de um professor já profissionalizado ter de fazer uma prova destas, uma vez que uma universidade ou um politécnico já lhe certificou a capacidade para ensinar. Mas não me custa a perceber que um engenheiro, um músico, um físico, um químico, um farmacêutico... e por aí fora tenham que "demonstrar" as ditas "capacidades pedagógicas" mesmo que estejam no sistema há 30 anos - e assim sendo acho que este limite de cinco anos é mais uma conquista corporativa e sindical a beneficiar a antiguidade, tique salazarento. Em todo o sítio há provas, porque não deve haver naqueles profissionais que por força do ofício mais provas obrigam os outros a fazer?
aliás durante muitos anos neste pobre país, quando a profissionalização no ensino era secundarizada, o sistema obrigava os químicos, os físicos, os historiadores, os matemáticos e por aí fora a fazerem um estágio e respectivo exame pedagógico sem os quais não se tornavam "profissionais" e nem seuqre venciam como tal. Suponho que vocês não ignoram isso. Na minha ignorância, suponho que o ME é isso que quererá: certificar quem ainda não é profissionalizado, pois certificar profissionais é passar um atestado de incompetência a quem os profissionaliza e essa profissionalização por acaso até é certificada e paga pelo estado.
o resto dos pontos, das vírgulas, do acordo ou desacordo, são "tiros ao lado". A verdade é que há muitos professores que não querem fazer a prova que já davam muitos erros antes do acordo e continuarão a dá-los - ortográficos e de concordância. e muitos deles até acham que para ensinar desenho, música, trabalhos manuais ou informática, não é preciso o português para nada.

Ai meu Deus disse...

Caro/a anónimo/a, atirarei ao lado, como diz? Talvez sim -- ou talvez não. Explico-me:

Quando respondi ao seu comentário, fi-lo consciente de que estava a atirar ao lado, não do seu comentário, mas do meu "post". Supondo que é o/a anónimo/a que habitualmente comenta utilizando a cassete ;-), é grande o risco de atirar ao lado quando se comenta a substância dos seus comentários. Porque a cassete diz sempre o mesmo, seja qual for o tema do "post". Foi o caso (digo eu), no caso presente: o meu post registou a "admiração" por ter sido o ministro a anunciar o que a FNE fará. Só isto. O seu comentário desloca a discussão, como habitualmente, para o problema habitual (o da sua cassete).

Por que razão me lancei, então, (atirando ao lado?) na argumentação contra esta prova? porque SUPUS que estaria a defendê-la. Foi suposição errada? continuo sem saber se foi, porque não consigo perceber o que pensa sobre ela: tirando os habituais ataques aos "esquerdistas", não é claro o que defende...

...como habitualmente, aliás. Veja o caso presente: como, no primeiro comentário, contrapõe a prova/exame à idade/tempo de serviço e como esta era (era?) o critério utilizado para a progressão e como a progressão era algo recorrente, parece poder concluir-se que é a favor de exames recorrentes: todos os anos? sempre que houvessse lugar a progressão? Não se sabe, porque no segundo comentário parece defender a prova/exame apenas como "meio" de acesso à profissão (o que não e o caso desta prova -- como eventualmente saberá. Ou não, a julgar pelo que escreve no penúltimo parágrafo do segundo comentário).

Resumindo e... baralhando: a culpa desta confusão toda, reconheço, foi minha, pelo menos neste ponto: fui eu quem cedeu à tentação de comentar a substância do seu comentário. E isso é um erro, porque, repito, à exceção dos ataques aos "esquerdistas", não se sabe muito bem o que substancialmente defende.

Anónimo disse...

Pois é. Tem razão, a confusão deve ser minha.
as cassetes é melhor não as discutir porque, como sabe, cada um tem o direito de defender as suas ideias e os argumentos quanto a isso não variam muito, nem os meus, nem os seus, diga-se de passagem - isso não se nota só nos meus comentários - a cassete - também é patente nos seus posts e restante opinião veiculada no blog. é fácil constatar: passamos no vosso arquivo e os posts - com este e com o governo anterior repetem a mesma "cassete". Mas repito, ideologicamente não pode nem deve ser diferente.
é isso que me leva a reagir a alguns dos vossos posts: a vossa coerência e apesar de tudo, a vossa tolerância para publicar opinião contrária como a minha, coisa rara, pois os bloguistas deste país enchem os comentários de encómios e quando algo não lhes agrada pura e simplesmente não o dão a conhecer.
não conhecendo bem o conteúdo desta prova, mas conhecendo bem - ou relativamente bem - o sistema de ensino - onde há muito desemprego na classe, que não corresponde a desemprego profissional - repito, um músico, um químico, um físico, um farmacêutico, um dramaturgo... que dão aulas não são profissionais do ensino, nem com 1 nem com 20 anos de serviço... mas um professor profissionalizado que é contratado para as ridículas AECs pode estar afastado do ensino durante anos por ter um lugar ocupado por um contratado não profissionalizado, mesmo tendo a formação completa.
são estas as pequenas coisas que me limito a constactar e a chamar a atenção - pois para lá da disputa ideológica há todo um campo de acção que realmente afecta as pessoas, de todos os quadrantes políticos e de todas as áreas profissionais. são factos, não é fé nem ideologia e eu contra injustiças baseadas em idade, tempo e outras que tais não as poderei aceitar.
Aconselhava-o a ler um texto publicado por Abril de 1922 na Seara Nova - revista esquerdista mas muito tolerante e eclética do grande socialista António Sérgio e amigos, mais ou menos intitulado Contributo para a Salvação Nacional, numa época parecida à actual - quando o li fiquei espantado: como é que um grupo de "esquerdistas" militantes podem ser tão lúcidos naquilo que mais interessa? Que grande exemplo de cidadania e responsabilidade ali é transmitido... É nessa linha que gosto de discutir os argumentos, não na de privilégios a manter e postos a preservar. Os ecos dos seareiros, naturalmente, no meio político, soez como o actual, não tiveram qualquer efeito e o resultado passados alguns anos todos sabemos qual foi... 48 anos de ditadura.
desculpe bater ao lado dos seus argumentos, mas como diz o outro, tudo tem a ver com tudo e se não tratamos bem as partes, o todo acaba por ser destruído e quem sabe irremediavelmente destruído, mesmo que nós já por cá não andemos...

Anónimo disse...

E lá gastou você "cera com ruim defunto/a". Não sei se ele/ela entendeu alguma coisa dos seus argumentos, apesar de claros e bem estruturados.
Este/a salazarista chumbava de certeza na prova que "discute", sem a conhecer. Como se pode "botar" discurso sem saber sobre/de quê. Ah, pois mentes salazarentas. Que abundam, e que votam!
Zé do Telhado

Anónimo disse...

Caro José
Desde quando os salazaristas estão proibidos de votar?
que eu saiba - mesmo votando poucas vezes porventura como o comentador anterior - Portugal ainda é uma democracia, o sr Jerónimo de Sousa ou a dupla BE ainda não chegaram ao poder para vivermos em ditadura de sentido contrário.
Já agora, sabe o que é um argumento? ou tem medo de fazer a prova?
Gato das Botas