Para não esquecer...

hoje é sábado 271. FLOR DA ESTEVA

I

Mal toquei na flor da esteva,
logo se desfez,
frágil como névoas de Verão.

A corola branca
desconjuntou-se em pétalas dispersas
como flocos de neve fora de tempo
pousando com cautela sobre a terra.

Passou assim a haver
no campo um astro a menos.

Mas passou a haver também
Um odor a esteva nos meus dedos.

Ficou ela por ela.
[Cabral, a.m. pires, gaveta do fundo, Tinta da China, Lisboa, 2013, pág. 27]

escrito por Carlos M. E. Lopes

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