Para não esquecer...

hoje é sábado 289. ALMINHA

Às vezes eu ando nas ruas
Pesado como nos sonhos
Com a loucura pousada nos ombros
Sinto vontades estranhas
Como pequenas alminhas
Sugerindo outros rumos
- Vai ser advogado, vai! Ficar dentro de um terno
o dia inteiro nas portas dos tribunais!
- Vai ser morador de rua, vai! Ser dono de nada
num meio de u tudo!
- Vai ser soldado, vai! Passar a vida de guarda,
vendo a vida passar!
Tem cada alminha mais sem graça…
Ainda bem que sei
Que a loucura é coisa que dá, mas passa.
[Sá, Vicente, Engenho da Loucura, ed. do autor (?), Brasília, 2011, pág. 21]

escrito por Carlos M. E. Lopes

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