Rígidos seios de redondas, brancas,
frágeis e frescas inserções macias,
cinturas, coxas rodeando as ancas
em que se esconde o corredor dos dias;
torsos de finas, penugentas, frias,
enxutas linhas que nos rins se prendem,
sexos, testículos, que inertes pendem
de hirsutas liras, longas e vazias
da crepitante música tangida,
húmida e tersa na sangrenta lida
que a inflada ponta penetrante trila;
dedos e nádegas, e pernas, dentes,
Assim, no jeito infiel de adolescentes,
a carne espera, incerta, mas tranquila.
[Sena, Jorge de, Antologia Poética, Asa Editores, Porto 2001 (2ª edição), pág. 69]
escrito por Carlos M. E. Lopes
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