Temor o tens de ti, meu Deus, eu não.[Sena, Jorge de, VERBO, Deus como interrogação na Poesia Portuguesa, seleção e prefácio José Tolentino Mendonça e Pedro Mexia, Assírio & Alvim, s/l, 2014, pág. 63]
Temor do amor que possas vir a ter
e de um gesto que faças sem saber
a quem atinges ou proteges. São
bem teus ainda, quando ao coração
reduzem o dever de não morrer
como homens que te percam. Mesmo ver
que a quanto te amam temes... Nenhum pão
aceitam puro em que a vingança esplenda.
A Terra pesa tanto! E a densa venda,
se ao peso dela cai, mostra-os - e vejo-te,
e que não és sem ela nem com ela.
Mas para eles até a ausência é bela.
Não temas: eu abrigo-te e protejo-te.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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