A luz do carbureto[Oliveira, Carlos de, Trabalho Poético, Assírio & Alvim, Lisboa, 2003, pág.193]
que ferve no gasómetro do pátio
e envolve este soneto
num cheiro de laranjas com sulfato
(as asas pantanosas dos insectos
reflectidas nos olhos, no olfacto,
a febre a consumir o meu retrato,
a ameaçar os tectos
da casa que também adoecia
ao contágio da lama
e enfim morria
nos alicerces como uma cama)
a pedregosa luz da poesia
que reconstrói a casa, chama a chama.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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