Podia ser aí. Contigo. Com o teu corpo[Júdice, Nuno, Pedro Lembrando Inês, (distribuído com a Visão) Bertrand, Alfragide, 2009, pág. 39]
ainda nu, ou vestido da luz que entra pelas
persianas velhas, trazendo a tremura
das folhas na trepadeira do quintal.
Podia ser de manhã, ou de madrugada,
sabendo que teria de te abraçar para que não
desses pelo frio, com o quarto ainda
húmido da noite, num fim de outono.
Podia não ter sido nunca, se não fossem
assim as coisas: a tua mão ao encontro da
minha, no tampo da mesa, como se fosse
aí que tudo se jogasse, entre duas mãos.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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