Para não esquecer...

CAVACO, VISTO DE BAIXO, PARECE UM GIGANTE!


Acabou o estado de graça que levou muitos líderes a França
(a uma rua de Paris, com perímetro de segurança) 
para uma encenação, imagine-se, apenas para serem 'Charlie'!

A semana, que ontem terminou, teve vários momentos hilariantes que começaram dentro de portas e acabaram um pouco mais longe.
  1. Cavaco Silva - mesmo na qualidade de PR emérito - de vez em quando, aparece. Fê-lo agora, a propósito do congresso do Milho, algures na Terra do Nunca. Aproveitou o cereal para sustentar que aí residia o maná do nosso desenvolvimento e, entrementes, ocorreu-lhe falar da Grécia, talvez para espantar os demónios que o BPN, o BES e outros submersíveis objectos instalaram em Belém. E o que disse foi comovente: emprestámos aos gregos uma 'pipa de massa' e os contribuintes - que até lhe subsidiaram umas acções, que teve no BPN -, arriscam-se a mais uns escusados sacrifícios para que os gregos flutuem. Certamente não sairá do Pavilhão do Atlântico, da vivenda da Coelha, das magras reformas que recebe, da suspensão das obras no convento, onde se vai recolher, ou do irrisório pecúlio, colocado à sua disposição, para manter uma coluna de assessores, um sem número de viagens, veículos topo de gama e motoristas a perder de vista, assunto em que rivaliza com o executivo, num frenesim que pede meças a qualquer Estado economicamente desembaraçado. Passos Coelho, que faz de primeiro-ministro e não tem mão disponível (nem a esquerda) para cumprimentar o seu homólogo grego, tinha dito antes, ou durante, numa daquelas mentiras, que a imprensa logo desmentiu, que tínhamos sido o país que mais dinheiro emprestara a Creta e, espartanos como somos, iríamos ao Peloponeso (de submarino) acertar contas com Atenas.
  2. Mais adiante, pela Europa do capital, farta de (se) ajudar (com) o Sul, todos os dias o governo grego recuava (e continua a recuar), a ponto de, a todo o momento, se esperar que se despenhe do alto do colosso de Rodes, afogando-se no mar Egeu. A Espanha e Portugal, numa clara missão de lebres, capazes de entusiasmar os caçadores de troféus, têm sido os países que mais fazem recuar a Grécia, a ponto de Varoufakis (sim o do cachecol – antigo – que entusiasmou Lagarde), já ter esclarecido P. Coelho que os ‘Contos de Criança trazem sempre esperança’, mas burro velho não aprende línguas, daí que o próprio Primeiro-ministro Tsipras tenha reforçado a ideia, com mais clareza, avisando que ‘o povo não perdoa o desprezo e a mentira’, disciplinas em que espanhóis e portugueses (que mandam) são doutorados por Berlim e Bruxelas.
  3. Cá e lá, o epílogo conta-se através de um desenho. Não é que um jornal grego resolveu fazer humor com o suserano das finanças alemãs? A Torre de Pisa inclinou perigosamente, O Big-ben deixou de acertar nas horas, o muro de Berlim, ainda há pouco derrubado, mostrou sinais de se querer erguer por si e a Torre de Belém deu mostras de se ir embora rumo ao mar alto. Loucuras! De repente, um 'boche' fardado, parecido com Wolfgang Schäuble, isto porque o governo grego está sempre a ‘recuar’, aparecia a fazer ameaças e, claro, todos deixaram de ser 'Charlie' e não se vislumbra sequer um sintoma de perdão. Mundo triste!
escrito por Jerónimo Costa

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