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JUNTO ÀS MARGENS DE UM RIO
Junto às margens de um rio docemente
Com meus suspiros altercando,
A viva apreensão ia pintando
Passadas glórias no cristal luzente.
Mas quando nesta ideia mais contente
O coração se estava recreando,
Despenhou-se do peito o gosto brando,
Envolto com a rápida corrente.
Lá vão parar meus gostos no Oceano,
Ficando inanimado o peito frio,
Que o recreio buscou só por seu dano.
Acabou-se o contente desvario,
E meus olhos saudosos do engano
Quase querem formar um novo rio.
[Maria Teresa Horta, in As Luzes de Leonor]
foto, de ai.valhamedeus; escolha do poema, de Ana Paula Menezes.
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