Para não esquecer...

ILUSTRAÇÕES... DE UM OUTRO SENTIR * 79

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REDENÇÃO
Vozes do mar, das árvores, do vento! 
Quando às vezes, n'um sonho doloroso, 
Me embala o vosso canto poderoso, 
Eu julgo igual ao meu vosso tormento... 

Verbo crepuscular e íntimo alento 
Das cousas mudas; psalmo misterioso; 
Não serás tu, queixume vaporoso, 
O suspiro do mundo e o seu lamento? 

Um espírito habita a imensidade: 
Uma ânsia cruel de liberdade 
Agita e abala as formas fugitivas. 

E eu compreendo a vossa língua estranha, 
Vozes do mar, da selva, da montanha... 
Almas irmãs da minha, almas cativas! 
[Antero de Quental, in Sonetos]

foto, de ai.valhamedeus; escolha do poema, de Ana Paula Menezes.

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