Para não esquecer...

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E OS RECADOS DA TOMADA DE POSSE

O Presidente Marcelo entendeu citar Mouzinho de Albuquerque, o milagre de Ourique e os tratados internacionais como toque patriótico e, unanimemente considerado, este último, um “aviso” à esquerda do PS.

O Presidente entende - imitando Salazar que dizia que a Pátria não se discute - que os Tratados Internacionais não são para pôr em causa. Se alguém põe em causa a União Europeia, a NATO, o Euro, ele vai estar contra e não vai deixar que se mexa.


[imagem copiada daqui]

O presidente terá em consideração o artº 8º da Constituição que diz tais normas vigorarem em Portugal. Esquece-se de acrescentar o “enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português”. E já nos blocos político-militares (artº 6ª) Portugal defende a sua dissolução, logo da NATO também.

Isto é, não é ilegítimo que um partido inscreva no seu programa a saída da NATO, da União ou do Euro, por exemplo. O que o Presidente quis dizer foi que ideologicamente defende o que esses tratados representam. É contra qualquer alteração e aí está-se a posicionar ideologicamente.

Se rainha de Inglaterra, o referendo do Cameron era vetado.

Quanto a Ourique e Mouzinho, é de tal forma identificador ideologicamente que nem vale a pena falar.

escrito por Carlos M. E. Lopes

6 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Que raio, afinal fomos obrigados a subscrever os famigerados tratados? Alguém nos obriga a estar na NATO? Não foram os portugueses que maioritariamente decidiram e decidem estar na UE, NATO e restantes organizações?
Vamos ver se nos entendemos: os que são a favor desses papeis todos representam 80% dos votantes; aqueles que estão contra representam menos de 20%. Dá para perceber do que fala Marcelo que teve 52% de votos contra menos de 20% dos outros, ou querem também aqui vincular a imensa maioria à pequenina minoria?
E citar/lembrar os grandes da Nação que mal tem? Seria preferível citar o Louçã, as meninas e os senhores da geringonça? Marx, Engels ou Mao? Tomara Portugal ter novamente um Gama, um Álvares Cabral, um Henrique, um João I ou II? Homens grandes que fizeram Portugal maior. Agora infelizmente temos os pequenininhos jerónimos, as marisas, as catarinas e as marianas, os costas, os passos e as assunções. Cada um tem o que merece, mesmo que eu pense que Portugal merecia um pouco mais.
A democracia diz-se que exige que a minoria se submeta à maioria e não o inverso e era bom que a vossa minoria percebesse isso, de uma vez por todas. É verdade que se comportam como maioria, mesmo não a sendo e que fingem estar no poder mesmo que o tenham alienado no essencial a essa espécie de direita mitigada que querem combater. São os interesses circunstanciais que fazem a suprema vontade do sr pacheco, do sr mendes, do ilustre capucho ou rio, mas também da madame leite. Como veem estão bem acompanhados.

Ai meu Deus disse...

Caro/a anónimo/a, permitam-me as suas certezas só duas notas:

a) finalmente entendi porque é que os políticos que prometeram referendo a um tal tratado europeu depois desistiram. Se 80% dos votantes estão a favor, para quê gastar em referendos dinheiro que pode ser utilizado em bancos falidos?

b) das duas, uma: ou o presidente Rebelo não tem as suas (do anónimo) certezas ou os seus (do Rebelo) recados a respeito dos tratados não fazem sentido.

(Para o caso de a sua, do anónimo, memória ser tão seletiva que não se lembre dos factos a que me refiro em a), lembro-lhe que são estes:

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/socrates_deixa_cair_referendo_ao_tratado_europeu.html

http://www.dn.pt/dossiers/mundo/tratado-lisboa/noticias/interior/cavaco-e-socrates-juntos-contra-referendo-europeu-984075.html

... ou será que os votantes nos partidos a que estes políticos pertencem não estão incluídos nos 80%?)

Anónimo disse...

Eu não entendo nada de tratados e coisas que o valham, mas sei uma coisa: Portugal subscreveu o que quis e como quis de livre vontade; a ser assim, compete-lhe cumprir o que prometeu; se não lhe agrada, abandona as organizações e assume as consequências, mas não se dá à brincadeira ridícula como pretendem as esquerdas, BE e PCP - sair de tudo - até do euro, mas continuar a mandar a conta aos outros.
é verdade que é assim que as esquerdas vivem: incapazes de gerar riqueza, fazem umas negociatas e umas nacionalizações e distribuem (o nosso PC passa o tempo a dizer que o Estado (de que faz parte integrante) rouba o povo, omitindo que o PC pretende o mesmo roubar os cidadãos ricos, que são tão povo como o seu povo) quando acaba o dinheirito, espetam o povo contra a parede. Explo mais que evidente, entre nós o sr sócrates, no Brasil, lula e dilma, na Venezuela chavez e maduro e por aí fora... mais uns meses e novamente em Portugal, as esquerdas e o costa - tudo comunistas e socialistas.
toda a gente se indigna agora contra os bancos, mas quando os mesmos financiavam as autoestradas, os estádios, as rotundas, os fontanários, as pp, que empregavam centenas de milhares de pessoas, que emprestavam para comprar casa, quintas, férias, carros (tudo incluído) todos os agora indignados que também alimentavam o circuito, pois as esquerdas e as direitas no consumismo não se distinguem, nunca levantaram a voz e pelo menos perguntaram quem iria pagar o que aí ficava. Se calhar as esquerdas convenceram o povo que as obras não tinham custos, que os alemães e os da europa do norte, continuariam a financiar os nossos desmandos... como dizia um dos membros do actual governo, gasto o dinheiro não pagamos os empréstimos, e os alemães ficam de calças na mão... e claro, a realidade é mais forte que a fixão... bateram na parede dura e grossa de betão onde enterraram os euros de forma desregrada e para não serem engolidos pela fúria do povo que passam o tempo a enganar, lá vão fazer mais um emprestimozinho, pedinchando umas migalhas, pois por cá continuamos a gastar mais do que aquilo que se produz e como os votos em democracia custam dinheiro, é melhor haver pouco para alguns e continuar no poder do que engrossar a extensa fileira da miséria onde nos vão colocando cada vez mais povo.
neste cenário o Marcelo é apenas uma figura decorativa. não é dele que depende a governabilidade, mas sim, como vocês gostam de dizer, do parlamento. até ao dia que o finório do costa conseguir gozar com o pagode à direita e esquerda, o bailarico continua. mas a realidade é que já distribuíram tudo o que tinham e em breve iram pedinchar novamente, nesse momento as esquerdas mandam-no passear e a dita direita irá mandá-lo ter com ela, ou pensa ele que mesmo não pedindo a mão ao psd, vai tê-la sempre por perto para limpar a imagem dos tais tratados que as esquerdas abominam e de que ele continua a apoiar?

Anónimo disse...

Ou será que este/a anónimo/a também se inclui nos quase 72% de abstenção, nas últimas eleições para a UE, onde se fazem as leis "com que nos cosem"? Ou cozem em lume brando!
Resumindo, os Portugueses são mesmo activos no que à sua cidadania diz respeito, não tenhamos dúvidas. E quanto ao estarem bem informados, estamos conversados: os mesmos chavões de sempre, a falta de respeito pelas mulheres, não importando em que partido do espectro político se insiram. E vivam os "democratas" deste País, a começar por este anónimo.
Zé do Telhado

Ai meu Deus disse...

Mas este/a anónimo/a está mesmo bem informado/a. Veja-se só isto: essa época do betão e dos "financiamentos" europeus (dos quais o povão, o de esquerda sobretudo, tirou grandes benefícios), essa época foi a do domínio de um tal Cavaco. Este Cavaco, como é sabido das pessoas bem informadas, era e ainda hoje é um perigoso esquerdalho, comunista até ao mais íntimo das entranhas. A prova provada de que o/a anónimo/a sabe do que fala.

Anónimo disse...

A europa apenas se preocupa com o económico era essa a designação original CEE. A uniformidade política tipo federação não existe, não existiu, nem existirá, nunca. basta ler um pouco sobre a formação da europa e das nacionalidades. As leis comuns são as mesmas para os 28 e as do euro para os que estão na moeda. NINGUÉM FOI OBRIGADO A ESTAR NUM LADO OU NO OUTRO. Na fossa mais funda apenas se encontra Portugal e a Grécia - ou os outros 16 e 26 - são super países, ou então devemos perguntar a nós mesmos a que se deve este afastamento e se não nos servir a união europeia enquanto povo, saímos, rasgamos os contratos, mas assumimos as consequências, não nos penduramos aos outros para que nos sustentem, isso é indigno de um povo livre.
da minha parte voto pouco- há mais de 20 anos que não votava em presidentes que não servem para nada e engrossam a tal despesa da nação. Agora votei apenas para evitar a tentação de que alguém se lembrasse de promover mais uma aliança negativa. Cada vez acredito menos nesta democracia que desgraça os povos e enriquece os governantes, despudoradamente. e o povo português, diz que sim, e tenta mandar a factura aos norte-europeus. agora é cada vez mais difícil que lha paguem. o boom económico na europa nunca mais voltará a ser o que foi no seu auge.
somos mais ou menos da mesma idade e temos alguma memória do que era Portugal antes do cavaquismo. Continuar a afirmar que os governos que mais progresso permitiram a Portugal no pós 25 de abril são a causa do estado em que nos encontramos, ou é ignorância, ou maldade... ou então vivem num país que não Portugal e de vez em quando visitam este retângulo. Para mim, que NUNCA votei no Cavaco, esta conversa só se entende enquanto fruto do ressabiamento das esquerdas que de facto sempre que chegam ao poder levam o povo à miséria e deixam a outros a difícil tarefa de o "endireitar" e por bem que lhes custe, foi exactamente isso que os tão maus governos cavaquistas permitiram a Portugal.