Eu sou o solitário e nunca minto.[Andersen, Sophia de Mello Breyner, Obra Poética I, Editorial Caminho, s/l, 1991, 2ª edição, pág. 113]
Rasguei toda a vaidade tira a tira
E caminho sem medo e sem mentira
À luz crepuscular do meu instinto.
De tudo desligado, livre sinto
Cada coisa vibrar como uma lira,
Eu - coisa sem nome em que respira
Toda a inquietação dum deus extinto.
Sou a seta lançada em pleno espaço
E tenho de cumprir o meu impulso,
Sou aquele que venho e logo passo.
E o coração batendo no meu pulso
Despedaçou a forma do meu braço
Pr'além do nó de angústia mais convulso.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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