Para não esquecer...

JOE BERARDO


Se bem percebi a história do Joe Berardo, a coisa é simples.

Joe Berardo viu na compra de ações do BCP uma oportunidade para ganhar muito dinheiro
(a bolsa, sempre achei o negócio mais especulativo que há, mas há quem goste e faça disso a sua vida). 
Joe vai à Caixa e diz ao que vai. Precisava de umas centenas de milhões. A Caixa e outros, ao tempo com liquidez a mais, não só aceitaram, como incentivaram, segundo consta. Berardo pede o dinheiro em nome de sociedades de que era sócio ou acionista. Os bancos emprestaram muito dinheiro para ele poder fazer negócio. O BCP tinha ações a 6 ou 7 euros cada. Veio a crise e as ações passaram para 2 ou 3 cêntimos. Joe Berardo não ganhou. Se calhar também perdeu algum do dele. Os bancos, que também estavam convencidos da bondade do negócio, exigiram poucas ou nenhumas garantias. As sociedades em nome das quais Berardo tinha pedido os empréstimos, nada mais tinham. Ele arriscou, mas os bancos muito mais ou tudo.

À CGD, são 350 milhões.

Onde Berardo vigarizou?

Havia um velho advogado em Tavira a quem os estagiários, nas hesitações próprias do começo da profissão, perguntavam: “Sr. Dr., acha que se pode fazer este requerimento?” (com jeito ou sem ele).

Ao que o velho matreiro respondia: “filho, besta não é quem requer, é quem defere”.

A AR deveria saber o que o BdP, a CGD e os outros fizeram, ou não fizeram, e o que deveriam ter feito, se eram obrigados ou não. Não é o velho Joe que tem culpa (isto sou eu a dizer, como diz o outro).

PS – Como é de bom tom dizer nestas ocasiões, sempre direi que nunca fui grande admirador de Joe Berardo. O seu “feeling” nunca me comoveu.
escrito por Carlos M. E. Lopes

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