O PAVÃO: O VOO, DO QUE É ÚTIL
Não lhe serve de nada: voa mal,
Caminha desairoso e desatento
Ao que seja harmonia
Mas o seu leque lembra o paraíso,
Esse que se perdeu,
E só por isso ela condescende,
Sente calor e frio ao mesmo tempo,
E depois se apaixona
Darwin sabia,
Mesmo que não escrevesse poesia,
Que a beleza é assim:
Sem razão aparente
Que a sustente
Mas é por isso que a pena
Ali guardada
É como se guardasse o próprio tempo,
O fizesse suspenso
Pelas espécies todas:
Uma outra forma de voar
Sem asas
No cume da paixão
[Amaral, Ana Luísa. Mundo, Assírio & Alvim, s/l, 2021, pág. 20]
escrito por Carlos M. E. Lopes
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