Para não esquecer...

A ARTE DE DRIBLAR DESTINOS

Celso Costa
A arte de driblar destinos
Alfragide: Leya(?), 2023, 277 pp.
 
Esta arte de driblar baseia-se na própria vida do autor, matemático, escritor, professor.
 
Júlio Verne escreveu Atribulações de um Chinês na China e o protagonista (o autor) teve uma vida atribulada. O pai foi carreteiro 
(origem do famoso arroz carreteiro que comi em Rio Grande do Sul), 
teve casino, teve serração de madeira, teve olaria, foi agricultor. Esteve bem, esteve mal, teve problemas conjugais, isto é, a família do protagonista teve uma família normal. O mínino é que não era normal: tinha queda para a matemática e queria ser engenheiro ou professor.

Chegado ao fim da escolaridade, o futuro era trabalhar no campo. O pai queria que ele estudasse –- eu é que não pude estudar e agora tenho que ficar pulando que nem sapo fugindo de cobra, de ofício em ofício (p. 180 -- , mas não havia dinheiro. O ideal era ir para Curitiba. O moleque já trabalhava em trabalhos vários, no campo, como servente de pedreiro, na olaria, na serração de madeira, onde fosse necessário.

No último dia de escola, haviam de ser entregues os diplomas e os prémios. O nosso herói recebeu o prémio do melhor aluno e uma oferta, numa caixa. Lá dentro um cheque, com muitos zeros. Deu metade à família e zarpou para Curitiba.

Esta também foi a vida de Celso Costa, vencedor, com este livro, do prémio Leya.
 
Do livro, não revisto para versão portuguesa, deve ter sido enviado o ficheiro e publicado. É bom, porque é o original, e não tem graça descodificar galpão ou balas, por exemplo. E há frases lindas e outras de difícil compreensão, ainda que haja anotações para alguns dos vocábulos. 

Um livro lindo.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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