PEDRO NUNO SANTOS E A ESQUERDA

Escrevi, por aí, uma boutade onde dizia que, se o Pedro Nuno Santos ganhou, eu sou contra. E sou. Explico-me.

[imagem copiada daqui]

Eu não creio em nenhum partido existente e, se existe algum que pensa como eu, não sei qual é.

Os partidos, todos, estão manietados por Bruxelas, isto é, pela Alemanha. A onda vigente é a do liberalismo, o alinhamento pelos Estados Unidos. Não há um único partido na Europa, com possibilidades de ser poder, que defenda a extinção da NATO, por exemplo.

Mário Soares bem avisou para que a NATO não se expandisse para Leste. Expandiu-se, resultou a Ucrânia ser invadida pela Rússia. O homem avisou. O bombardeamento de Moscovo por drones ucranianos (americanos, certamente) vem dar razão à Rússia. Afinal é uma questão de defesa nacional. O Putin é um ditador, um facínora, mas tem alguma razão. Era uma questão de independência. Imaginemos se os russos ou chineses instalassem uma base de mísseis no México ou no Canadá…

Vejam como as marcas chinesas são afastadas. Huawei foi banida. Agora, os americanos vêm a Portugal impedir que se utilize tecnologia chinesa no Porto de Lisboa. E ninguém refila… Não há massa crítica, ninguém se importa. Que venham, façam o que quiserem. Estamos aqui para servir V. Exas. Acho que a Europa deveria ser um Estado da USA, tipo Porto Rico, sem direito a voto nas presidenciais. E prontos!

Neste momento não existe nada que se pareça com o movimento dos não alinhados. Não há Titos no horizonte, nem sei se haverá lugar para tal. Os BRICs poderão vir a ser, mas cheira a domínio da China…

Mas os Estados Unidos estão em decadência também. Hoje há outros poderes. Os países muçulmanos têm um poder económico enorme, embora assente nos combustíveis fósseis. Condenados por isso.

E nós, cá vamos, chafurdando na submissão à América, sem rumo e sem objetivos.
Pedro Nuno Santos? Não vai alterar nada. Vai tentar mexer um pouco na lama, mas não deixará de ser um mais na corrente.

Nos anos quarenta (?) Mao Tsé-Tung (ou Mao Zedong) disse que o Vento de Leste dominava do vento de Oeste. Hoje, nitidamente, ao contrário. Como dizia o outro, ao entrar numa Assembleia Geral onde não sabia o que se ia votar, “não sei o que se vai votar, mas sou contra”. Ou, como dizia o Poeta “Não sei para onde vou,
Não sei para onde vou / Sei que não vou por aí! “

O lamaçal está aí. Não entro, nem empurrrado!

escrito por Carlos M. E. Lopes