Para não esquecer...

JULGAMENTO

Havia pouco que estava na profissão. O caso envolvia alguns milhares de contos. Assustei-me. Pedi ao meu patrono, o Dr. José Correia, que me acompanhasse no julgamento. Ele foi. O meu “camarada” José Correia. A “coisa” começou mal, eu via que as nossas testemunhas não diziam aquilo que se passava. Depois, a coisa compôs-se. Finalmente comecei a ver que teríamos ganho de causa. O meu patrono, velha raposa salazarista -- e eu comunista, tinha obtido as respostas o que queria.

Uma das nossas testemunhas era o presidente da Câmara Municipal da Vila. O Dr. José Correia propôs-me “vamos prescindir do testemunho do Presidente?”. 

Eu abusador, disse “Não. Só no fim. Enquanto estiver aqui, não vai fazer asneiras na Câmara”.

E ninguém, até hoje, me agradeceu…

escrito por Carlos M. E. Lopes

0 comentário(s). Ler/reagir: