O deputado Duarte Lima, jurista, músico (e organista) e homem culto, propôs no Parlamento – segundo dizem – que as escutas telefónicas se deveriam restringir a alguns crimes. A saber: terorismo, droga e crimes de sangue. Aqueles outros mais vulgares, como corrupção, tráfico de influências e semelhantes, nada.
As escutas telefónicas transformaram-se num caso bicudo em Portugal. Parece que ninguém pode fazer cumprir o segredo de justiça. Um polícia e o Ministério Público (?) faz rolar um segredito para a comunicação social, o jornalista (inimputável) publica (muitas vezes mero joguete de outros interesses, pensa-se importante). As escutas telefónicas têm sido um meio de alguns (polícia, Ministério Público?) fazerem a sua política, matarem politicamente alguns (Ferro Rodrigues?), silenciarem outros. As escutas telefónicas têm sido uma arma para se condenarem alguns, na Praça Pública, não um meio de investigação.
A proposta do Dr. Duarte Lima tem o cheiro estranho de esconder alguns e condenar outros. Será tempo de proibir as escutas telefónicas totalmente, como defende António Barreto? Podemos pensar nisso. Agora... a sugestão de Duarte Lima é que parece condenável, porque livra alguns crimes (importantes) e expõe outros (também importantes).
A discussão pode levar a algum lugar. Vamos a isto?
escrito por Carlos M. E. Lopes
As propostas de Duarte Lima: um desastre......
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Acabar com as escutas telefónicas ou reduzir o seu leque de aplicação é dar o aval ao branquamento de inúmeros crimes.
Fátima Felgueiras, por exemplo, nunca teria sido apanhada, nem o seu saco azul. Ou a maioria dos traficantes de droga. Isto parece-me relevante.
Duarte Lima não gosta de escutas telefónicas, porque sabe que se tivesse sido devidamente escutado quando era traficante de informação confidencial governativa para pruduzir mais-valias na bolsa para os seus clientes, a esta hora estaria preso ou seria ex-presidiário.
O facto de ele se julgar culto (acho que um dia chegou a ouvir um disco de Schubert) não lhe permite dizer disparates como o que disse.
E António Barreto, na sua elevada pose de superioridade perante nós, meros mortais, que tem a dizer sobre o assunto? Acabem-se com as escutas. E porque não com as armas? E já agora, porque não acabar com a PJ?
Ver Duarte Lima, PS, e outros que tais fazerem de tudo para mudar as estruturas judiciais portuguesas, é um sinal claro de que a justiça está a funcionar bem.
produzir, claro.
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