Para não esquecer...

CPE e A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

manife(foto Le Monde)

O premier francês, Dominique de Villepin, propôs uma ideia que nem é original nem é de admirar que um dia destes o "nosso" primeiro imponha: em siglas, é o CPE (contrato de primeiro emprego -- contrat première embauche) e, no essencial, permite ao empregador que, sem justa causa, demita o empregado nos 2 primeiros anos de emprego. A justificação oficial é tão cínica como as justificações com motivações sociais do "nosso" governo: para reduzir o desemprego dos jovens
(entende-se/entenda-se: desempregar uns para empregar os desempregados e desempregá-los a seguir).
Por cá, volta meia volta, os comentadores pagos avançam com a ideia da necessidade da flexibilidade do emprego. Do desemprego, evidentemente. O primeiro francês teve a resposta que todas estas medidas deveriam ter em todo o lado: o pessoal saíu à rua. Os sindicatos falam no número simbólico de 1 milhão
(poderão não ser tantos, mas, se os números oficiais admitem 400.000...).
E eu pergunto-me cada vez mais em que raio de regime se transformaram as nossas democracias representativas. Como é que estes governantes entendem a representatividade. Quantos manifestantes hão-de vir para a rua para que um governo perceba que um projecto não é representativo dos eleitores que ele diz representar. Agora que as formas de participação por vias electrónicas podem dar uma ajuda como nunca foi possível, quando é que as democracias representativas se transformarão em democracias participativas (a sério).

escrito por ai.valhamedeus

0 comentário(s). Ler/reagir: