Gostei da tomada de posse de Cavaco Silva e, sobretudo, da tomada de posição de Mário Soares. Com o ar de “la democracie c'est moi”, o ex-presidente da República não escondeu ser aquilo que eu sempre o considerei: um homem ressabiado, incapaz de aceitar a derrota com fair play (de que falava ele na noite da derrota eleitoral). Não bateu palmas, não cumprimentou o vencedor. Ninguém lhe ligou e saiu com cara de zangado com tudo e com todos. Não foi bonito, mas foi o Mário Soares que sempre conheci (ou aquele que tenho na memória, já antes do 25 de Abril).
O governo exultou com o discurso de Cavaco. Nem seria de esperar outra coisa. Parecia o governo a falar. O discurso foi a enumeração de algumas trivialidades e bom senso -- nada de novo, portanto.
Os convidados estrangeiros (Bush, Giscard, Filipe, Delors) deram um colorido diferente e parece que Cavaco quis dizer que, afinal, também conhecia estrangeiros (como eu, aqui ao lado em Ayamonte).
Os 4 000 convidados na Ajuda mostram que o homem quis dar um ar cosmopolita à coisa (longe vão os tempos em que oferecia carapaus alimados ao bispo D. Manuel). Teremos um “matarruano” na presidência. E daí? não têm direito?
escrito por Carlos M. E. Lopes
A TOMADA DE POSSE DE CAVACO SILVA
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