A Ilustre Máquina de Ramires

Qual é, então, este género? A contracapa esclarece (e regista que a presente obra inaugurou o género):
Pode a fotografia ser um género literário, a par da poesia, do conto, da escritura notarial e do sermão? Depois da leitura de A Ilustre Máquina de Ramires, a resposta é obviamente sim.
Folheiam-se as 80 e tal "fotos" e entende-se a ideia: transfigurar a fotografia em uma, duas ou três linhas de texto. E deixar que a imaginação faça o resto -- exactamente como nas fotografias...

Pormenor de Deus. Foto de arquivo.

Fotografia ampliada de um paradoxo. O homem que está a acenar para a câmara, junto ao portão, não aparece na fotografia.Não reproduzo mais nenhuma foto (que o autor deve querer que lhe comprem o livro), mas transcrevo apenas a descrição de mais duas ou três:
- [do capítulo instantâneos]: A segunda guerra mundial observada ao microscópio. A partícula assinalada é Hitler. Repare-se como as ovelhas que pastam no canto superior direito, fogem dos bombardeamentos.
- [do capítulo impressões genitais]: Avião despenhado numa vulva, vendo-se um passageiro tentando alcançar desesperadamente o dispositivo intra-uterino.
- [ainda das impressões genitais]: Fotografia de um olho nu, exposto ao sol.
- instantâneos
- crimes céleres
- fotos de um homem morto
- story a bordo de um crime
- impressões genitais
- retratos de delirium album
- álbum de família de Afonso Colite
escrito por ai.valhamedeus [com um abraço para o Jerónimo, a quem já deveria ter devolvido A Ilustre Máquina... e a quem juro que sou como Deus: tardo mas não falto]
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