Para não esquecer...

MANUAL DA OPA

É difícil haver uma semana que passe sem que se fale em OPA; ora é a Sonae que quer a PT, o Millenium que acossa o BPI, o Paulo Portas desdenha da Constituição da República (oops, que já me estiquei), etc…

Está na moda opar, tudo e todos, a toda a hora.

E porque não opar um país? Proponho dois já de rajada: Irlanda e Finlândia.

Com o primeiro, atingíamos rápida e facilmente níveis de crescimento económico, produtividade e desenvolvimento necessários para recolocar Portugal no lugar que merece no ranking dos países da União Europeia (um bocadito acima da Grécia – Ufff!!! Já não éramos os últimos).

A Finlândia servia para o nosso Primeiro-ministro realizar um sonho de 2005: o tão desejado choque tecnológico, sem necessidade de importunar toda a imensidão de parasitas que gravitam à sua volta (os tão afamados assessores, secretários de estado, comissões políticas, económicas, …) com estudos, planos e projectos, até porque já está tudo feito.

É preciso dar o salto, é preciso coragem para admitir que a economia portuguesa precisa mesmo destas OPA’s e de outras que levem o país para a frente e não para o lado, como acontece desde que a vaca dos fundos comunitários começou a dar leite.

Alguém duvida de que com o Sr. Sonae a comandar os destinos da PT o nível de serviço prestado pelas muitas empresas do grupo aumentava exponencialmente e finalmente teríamos telefone, telemóvel, televisão e internet de “jeito”, sem cortes, dupla e tripla facturação, atendimento aceitável?

De certeza comungam da minha opinião quando partilho a minha preocupação constante pelas nomeações para os conselhos de administração das empresas ditas públicas (ou com participação do Estado) de ex-governantes, familiares, amigos e conhecidos por factores pura e simplesmente pessoais e não baseados na sua experiência e nas mais-valias que aportarão para a empresa.

Dois exemplos recentes e de fácil compreensão que sustentam a minha opinião sobre a gestão privada de empresas públicas (que seja regida por objectividade, profissionalismo e produtividade):

1. A nomeação do Director Geral dos Impostos pela então Ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite causou grande celeuma pelo “exorbitante” salário que este iria auferir (se me recordo, algo a rondar os 25.000€).

A verdade é que passados 2/3 anos as várias reformas e práticas levadas a cabo pela referida figura resultaram em aumentos da eficácia fiscal (principalmente no que respeita ao combate à fuga fiscal de pequenas e médias empresas) e numa significativa melhoria da receita fiscal.

2. A nomeação para Administrador da Caixa Geral de Depósitos do ex-ministro Armando Vara pelo actual Ministro das Finanças Teixeira dos Santos tem tanto de incompreensível como de tachista.

Não é aceitável que só por se ter sido ministro, secretário de estado ou autarca se tenha direito a integrar os quadros da maior instituição financeira portuguesa, até porque desta dependem directa e indirectamente muita gente (entre funcionários, clientes, fornecedores, etc.) – ainda mais quem quando em funções de Estado revelou uma total incapacidade de resolução de problemas e apresentação de soluções.

Por mais ridiculamente pequeno que seja o salário deste senhor, será sempre demais (até porque foi funcionário da CGD em tempos idos e, se bem me lembro, não terá passado de ”caixa” ou afins, como funcionário).

É razão para dizer que o Director Geral dos Impostos até é mal pago.

Bem-haja às OPA’s e ao Engº Belmiro, por serem objecto de discussão livre e de abertura de horizontes a uma sociedade mesquinha, fechada, oportunista e irresponsável.

Um abraço.

Nota 1: o actual Director Geral dos Impostos foi recrutado ao BCP/Millenium pelas qualidades profissionais acima da média que já na altura demonstrava e que conseguiu provar na função que desempenha.

Nota 2: não nos esqueçamos da reforma maravilha que o Sr. Horta e Costa vai receber quando sair da PT: 19.500€ mês (!!!), com a categoria de Inspector qualquer coisa…

Nota 3: porque é que os meus pais me fizeram bonito em vez de rico?!…

escrito por ai.que.me.foram.ao.bolso.outra.vez.com

3 comentário(s). Ler/reagir:

martim de gouveia e sousa disse...

rica opa... ai jesus! como andas religioso: opa?

Anónimo disse...

Não demora muito, haverá uma OPA sobre o Ai Jesus!!!

Anónimo disse...

Uma opa sobre o Ai Jesus?! Quem é que opa uma arma ilegal de destruição maciça (ou será massiva?)?