Decorreu este fim de semana o Congresso do PSD. Convenhamos: os Congressos já não são o que eram. Aquele circo todo, as poses para os jornais, as entradas de Santana Lopes ou do Tino de Rãs, deixaram de atrair quem quer que seja. Aquele ar de piquenicão, de arraial minhoto, de ida a Fátima, extinguiu-se com as mais que previsíveis conclusões dos congressos.
Remetido para um anexo do Pavilhão Atlântico, o Congresso até se julgava vir a ser ofuscado pela Assembleia Geral do Sporting
(um Clube que muda de presidente sem eleições).Mas nem a reunião magna do Sporting pode justificar este flop televisivo.
Para este quase não acontecimento terá contribuído o facto de não haver cadeiras a distribuir nem se vislumbrar que tal venha a suceder em breve. Se é certo que Guterres, Barroso, Santana e Sócrates, atingiram o poder sem o esperar
(o mesmo caiu-lhes no colo, sem darem por isso),o que é certo é que este governo ainda durará, pelo menos, dois anitos. E isto porque não há grande tradição das manifestações de rua, como em França, nem a oposição alguma vez foi tida em conta, pôde apresentar as suas alternativas
(se as teve diferentes, como é nitidamente o caso agora),ou constituiu algum perigo para o poder. A nossa actual oposição, como a anterior e antes desta a anterior, nunca foi para levar a sério. Em primeiro lugar porque não tem ideias
(talvez se safe, neste deserto, o caso do Guterres que tratava dez primeiros ministros por tu);em segundo lugar, se tem ideias, elas são precisamente iguais às do governo. As diferenças são pontuais e os convergências são estruturais.
Ninguém, no seu perfeito juízo, sai de casa para ouvir Marques Mendes ou um dos seus ministeriáveis. Somos mansos. Como dizia uma personagem famosa em Tavira: “se o Sr. Presidente manda, manda bem”.
E isto aborrece-me.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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