Para não esquecer...

OS TAXISTAS

Tenho um amigo, exagerado, que diz serem os taxistas as piores pessoas do mundo. Um exagero é um exagero mas encerra sempre um pouco de verdade. Quem, ao aterrar em Lisboa, entrar num táxi e pedir para ir para o Areeiro, ainda não foi insultado, mal olhado, vítima de piadinhas do género “estou eu aqui há duas horas para me aparecer isto”? O isto é você, caro leitor, que precisou de contratar os serviços de um profissional.

Imagino os trabalhos em que se encontra o desgraçado de um turista, incauto, acabadinho de chegar a Lisboa, que pede para ir para o Estoril ou Cascais!... Em Nova Yorque é o mesmo -- dizem-me como a querer mostrar que estamos à la page.

Fui recentemente a Praga e a praga é a mesma. O hotel onde me encontrava era relativamente fora do centro. Fui de metro e de táxi para o centro. Os preços de táxi variavam entre as 250 e as 500 coroas (entre 8 e 16 euros, mais ou menos). O bilhete de metro era de 17 coroas (pouco mais de 50 cêntimos). Taxímetro, nem pensar! Ajustávamos o preço antes de entrar. Senti-me turista e pensei nos desgraçados que nos visitam, também eles vítimas deste tipo de assaltos. Afinal há um género de pessoas universal: os taxistas!

O tal meu amigo dizia-me, para reforçar tal ideia, "não vês que ninguém se solidariza com eles quando morrem?!" O meu amigo é um exagerado, como se vê. Não partilho das suas ideias.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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