Para não esquecer...

À BRUTA E À MARGEM DA LEI

Sempre disse que alguém que seja espancado por um marginal recebe a solidariedade de toda a gente. Quem é espancado pela polícia, muita gente duvidará se não terá feito nada de mal. Mesmo que isso passe pela degola, como há anos na esquadra da GNR de Sacavém, ou alguns “suicídios” nas esquadras policiais.

A recente rusga ou operação feita em Camarate foi o nosso Iraquezinho. Entra-se à bruta

[porque a lei (qual?) é para se cumprir]
e os nossos garbosos cívicos, acompanhados pela PJ, entraram a matar. Chapadões, empurrões, ameaças, devassa sem pejo, foi o que nos transmitiu a televisão e nos reportaram os jornais. Aqui parece que se inverteram os valores: se é residente deste bairro é criminoso, encobridor ou beneficiário de actividades criminosas. Vai daí, inverte-se o princípio da presunção de inocência, e aquela gente, a maioria miserável, terá de provar que nada tem que ver com os traficantes de armas.

Segundo consta, estes
[se os há]
por mercê de prévio aviso da rusga, tinham-se posto ao fresco. A polícia considerou o balanço da operação positiva
[que poderiam dizer?].
E os direitos fundamentais e a lei saíram dignificados? No lo creo.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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