Para não esquecer...

O CONSELHO DA REVOLUÇÃO E O NOSSO DESENVOLVIMENTO

Há uns anos, mais propriamente nos finais dos setenta do século passado, muita gente defendia não haver democracia em Portugal porquanto o nosso regime era tutelado pelo Conselho da Revolução. Se o Benfica não ganhava o campeonato, a culpa era do Conselho da Revolução; se o bébé não comia a sopa, a culpa era do Conselho da Revolução. O Conselho da Revolução era a desculpa para qualquer incapacidade. Para a AD de então e para o seu chefe, o Dr. Sá Carneiro

[santificado no próprio dia da sua morte],
o Conselho da Revolução era o culpado de tudo.

Já vi constitucionalista
[isto liga com oportunista -- por que será?]
defender que ainda bem que em 1982 se pôs fim a esse flagelo. Como se sabe, depois de 1982, após a primeira revisão constitucional, o país tem evoluído de forma ímpar e sem parar. De tal forma que hoje já se pergunta se esta coisa tem viabilidade...

Sempre entendi que eram desculpas e que, apesar de não gostar de militares, o Conselho da Revolução tinha desempenhado um papel moderador
[queira isto dizer o que quer que seja]
e que nunca impediu os governos de fazerem disparates. Vem agora um estudo de Maria Inácia Rezola mostrar, com dados, que o Conselho da Revolução não foi o papão e travão do nosso desenvolvimento. Já era altura de a propaganda desavergonhada ser desmascarada.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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