Para não esquecer...

DIZCIONÁRIO [30]

ad hominem

Já aqui me referi à falácia ad hominem: trata-se de um raciocínio defeituoso que acontece quando, para pretensamente atacarmos um argumento, atacamos o autor do argumento em vez do argumento.

Seja (mais) um exemplo deste governo. O ministro Correia de Campos mandou fechar várias maternidades do País. Entre elas, a de Barcelos. Sobre o encerramento desta última,
  1. não me interessa agora interpretar o facto de o acto ter lugar a quatro dias de o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga se pronunciar sobre a providência cautelar que visa impedir o fecho do serviço de partos;
  2. não me interessa agora saber se o protesto dos habitantes de Barcelos tem razão ou não;
  3. Correia Campos desvaloriza a manifestação que está a decorrer em Barcelos, alegando que é "promovida por um partido político" (o PSD). Ouvi na tv uma manifestante contrariar o ministro declarando-se militante do PS -- mas isto também não me interessa agora;
  4. o que me interessa é que, seja a manifestação promovida por um partido ou não, o importante é saber se os manifestantes têm razão ou não. Não o fazendo, a resposta do ministro é tipicamente uma falácia ad hominem;
  5. o que me interessa é que este governo pê-èsse faz isto com frequência: rejeita ideias pela invocação do(s) seu(s) autor(es). E isto, em políticos a priori competentes, tem um nome: é má fé.
escrito por ai.valhamedeus

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