Há um indisfarçável mal-estar na sociedade portuguesa. Há sectores
(quase todos)que se sentem descontentes. Os professores, os magistrados, os polícias, os farmacêuticos, os agricultores, etc. e tal. São sectores vastos da sociedade portuguesa.
Mas, convenhamos, não há, em consonância, um movimento cívico que lhes dê voz. Há até um sentimento geral de aceitação de tal estado de coisas. Sejamos francos: nem os professores, nem os magistrados, nem os polícias, nem os agricultores granjearam movimentos de solidariedade significativos. Há, isso sim, um sentimento de irremediável, de “tem que ser”, “isto tinha que se dar”. Há o sentimento
(que corresponde à verdade)de que não há outra maneira de resolver as coisas. Todos sabemos que o PSD faria o mesmo ou pior
(o partido do táxi, nem se fala),que o PCP não será governo e que o Bloco é um berloque.
E, no entanto, direitos são espezinhados, profissões ofendidas, profissionais desdenhados. Até quando?
escrito por Carlos M. E. Lopes
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