Laurindo Rabelo
Se não conhece o programa radiofónico Os Sons Férteis, valerá a pena dar uma ouvidinha de orelhas na Antena 2. Por volta das 11 da manhã, são cerca de 10 minutos de "poesia temperada com música".Esta semana é dedicada ao poeta brasileiro Laurindo Rabelo, de cujo aniversário se comemoram os 180 anos
[nasceu no Rio de Janeiro a 8 de Julho de 1826 -- morreria na mesma cidade a 28 de Setembro de 1864].Sobre ele diz a Lexicoteca
[uma pequena completa enciclopédia do Círculo de Leitores]:
Mulato de origem humilde, conseguiu superar vários infortúnios e formar-se em Medicina, mas não logrou clientela, tendo-se dedicado ao ensino. Boémio de veia humorística e repentista, foi um poeta de raízes populares, voltado para o povo, para quem compunha a sua poesia, ora dorida, ora travessa, mas ingenuamente sentimental e sincera. Deixou numerosos inéditos. Apenas publicou o volume Trovas 1853, a que seguiu, póstuma, a colectânea Poesias 1867.Hoje Paulo Rato, o autor dos Sons disse o poema Rondó:
Minha lira brandamente,escrito por ai.valhamedeus
Delinqüente em leis de amor
Do traidor que tem por crime
O que imprime na razão,
Que lacera a quem afaga
Que propaga em seus ardores
Os horrores da tristeza
Que me pesa na feição,
Tangerei as cordas tuas,
Que são tuas, e não minhas
Que o que tinhas tangedor
Tens de amor a escravidão.
Não mais de outras criaturas
Formosuras cantaremos,
Louvaremos tão-somente
De um só ente a perfeição.
Tirce, a bela moreninha,
Que de minha nada tem,
É, meu bem, a criatura
Que segura meu grilhão.
Eu que em vê-la só me esmero
Ser não quero desprendido,
Que embebido no meu rosto
Acho gosto na prisão.
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