Para não esquecer...

O PAPA E O DISCURSO

Há uns anos, na Igreja das Ondas em Tavira, apareceram umas imagens nas paredes. Imagens misteriosas que a crendice das beatas transformou em manifestações de Deus ou Nossa Senhora. Era óbvio que as paredes tinham sido rebocadas e as pinturas lá existentes tinham sido tapadas. Mais tarde, por fenómenos de capilaridade ou outros relacionados com humidade, as silhuetas ou os rebordos das pinturas começaram a aparecer.

Descoberto o fenómeno, seguiram-se as romarias. Comboios cheios da Fuseta e de Olhão fizeram aparecer na igreja bom número de crentes, atribuindo ao fenómeno origem sobrenatural. O padre da Luz, já velhote, ousou dizer que as beatas estavam malucas, que aquilo não era sobrenatural, mas sim um fenómeno natural. O bom e esclarecido prior teve que sair por uma janela para safar a própria pele da fúria das “crentes”. Elas é que sabiam.

O Papa ousou citar um qualquer imperador bizantino num discurso em Ratisbona. Sem lerem o discurso

(a cara dos que aparecem na televisão a ulular garante que nem saber ler eles sabem),
fixaram aquilo que lhes foi dito e querem destruir tudo
(dando razão ao imperador bizantino).
Estou certo de que nem o Cristianismo nem o Islamismo se revêem nestas manifestações populares, alarves e emocionais.

escrito por Carlos M. E. Lopes

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Exactamente, dando razão ao imperador!