O menino de sua mãe e o Metro em Lisboa
No dia 17 entrei no Metro, no Chiado, e fui até à gare do Oriente. Viagem engraçada. A seguir à Alameda, entrou uma mãe (?) com um puto de uns seis anos. Sentou-se à minha frente. A criança queria ir para a coxia e a mãe não deixava. A mãe, magra, de uns quarenta e cinco anos, tinha ar de sofrimento(do puto? do marido? Não sei).A mãe puxava pela mão do menino. O menino entesava-se e escorregava para debaixo do banco ao mesmo tempo que dizia
“parva! Estúpida!”.O menino teimava em ir para a coxia, a mãe, sem grande convicção, puxava o menino. A mãe encontrava-se de frente para mim. Havia um ar de contrariedade cansado na cara da mãe. Havia resignação. O menino insistia na adjectivação e na vontade de ir para a coxia. Finalmente, foi. O menino saltitou e continuava a chamar “parva” à mãe. A mãe resignava-se. Estive para ir em socorro da mãe, estive para lhe dizer
“e um estabefe nas trombas do menino, já experimentou?”.Contive-me. O Metro passava as hortinhas miseráveis, com lixo por todo o lado. Latas e desperdícios vários. A menina avisou que íamos entrar na estação da Bela Vista
(tal como o palácio de Viena).De imediato, entrámos num túnel. Antes as hortinhas. Ao escuro sucedeu a estação da Bela Vista. Belo nome, sem vistas. Finalmente chegámos à Estação do Oriente. Suspirei fundo. O Parque das Nações é uma beleza.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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