António Hespanha é um intelectual que admiro. Foi o melhor professor que tive em toda a minha vida.
Deu uma entrevista à Visão em que fala da Comissão para a Comemoração dos Descobrimentos e dos “eventos” que o governo
(ou parte dele: salva Guterres)queria. Ora o que o Governo queria era estardalhaço, tal como fogo-de-artifício
(o que é que isso tem com os Descobrimentos?).Hespanha opôs-se. Não fez. Diz ele que os 120 mil contos a gastar com o fogo-de-artifício davam para publicar 40 livros. Resistiu à demagogia, aflige-se com tudo o que está por divulgar e foi deixado pela Comissão a que presidiu. Coisas de fachada, sim. Obra duradoira, não.
A mania de escolher intelectuais que não se pautam por iniciativas populistas estraga os objectivos do Governo. E estraga as Comissões onde entram. Foi assim com a Comissão dos Descobrimentos, foi assim com a Faro Capital da Cultura. E assim será.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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