Portugal é lunar!
Não por ter um lado escuro/obscuro que, volta e meia, vem ao de cima, passando para o lado visível; mas porque tem fases. Múltiplas! Em muito maior número do que as do nosso satélite natural. Surgindo em revoadas.
Até há bem pouco tempo foi a fase da polémica sobre o livro do Dr. Manuel Maria Carrilho. Dele se disse tudo, ou quase tudo; com maior ou menor veemência; com mais ou menos pertinência e perspicácia; com maior ou menor número de argumentos “na mouche”. A fase em breve se diluiu sem sequer passar pela fase de quarto minguante, sendo de imediato substituída por uma fase nova: a da memória sobre o fascismo, os seus prosélitos e o seu timoneiro – Salazar.
Valha a verdade que vozes surgiram, referindo e reverenciando nomes dos opositores ao regime, prestando homenagem à memória de sentido contrário.
Não descortino a razão pela qual, volvidos 32 anos, se (re)começa a falar da necessidade de desenterrarmos esse espectro. Qual será a utilidade? Para exorcismarmos (não me emendem o verbo! Ele existe) o passado? Os americanos andam há mais tempo a tentá-lo, no que ao Vietname se refere, e vejam o resultado!
Mas o que me espanta é o facto de nunca ter ouvido falar tanto do salazarismo e de Salazar como de há uns tempos a esta parte! Sobretudo ao homem comum.
Evidentemente que ao homem comum ouve-se-lhe a comparação ingénua, a analogia primária, o paralelismo alvar. Não o estudo dos factos, a necessidade de colocar essa época da nossa história em perspectiva; trazê-la ao lado visível para ser examinada à lupa por quem sabe.
Assim sendo, dou o dito por não dito, ou melhor, o escrito por não escrito, e digo que a ressurreição aqui se torna urgente. Para calar afirmações (muitas) saudosistas.
escrito por Gabriela Correia
P. S. Este texto foi escrito em Junho deste ano. Parece ter sido premonitório.
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Há 1 semana
1 comentário(s). Ler/reagir:
Voz do povo
Voz da razão
Pois se estamos a reviver as políticas do:
produzir e poupar;
deficit orçamental;
Quem não é por nós, é contra nós:
quero, posso e mando;
sei o que quero e para onde vou;
fácil será para o povo recuperar a ideia de que, agora, o país não precisa de um salazar mas de 5 ou seis.
Quanto a mim 3 já estão no terreno.
Os que faltam estão à espera de ordem para avançar.
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