A sentença que condena à morte Saddam Hussein encheu de júbilo alguns iraquianos e o Sr. Bush, que terá dito que se fez justiça. Sou visceralmente contra a pena de morte.
De Bush já falámos -- e do hábito de matar pessoas. Enquanto governador do Texas bateu o recorde de execuções. Acho este um hábito horrível e desumano que os Estados têm. Têm: só 36 aboliram a pena de morte. Mitterand acabou com a pena de morte em França em 1981
[sabia que um dos argumentos que se esgrimiam em França, quando a pena de morte existia, era o elevado salário que o carrasco auferia?].Há muitos anos que não se executava a pena de morte em França, mas sempre achei que era uma nódoa que a França tinha.
Leio o fundamento da morte de Saddam e fico espantado com a dualidade de critérios. Hussein é condenado por ter matado
(ou ordenado a morte de?)148 Xiitas em 1982. Uma morte é uma morte: é importante, é fundamental. Mas, já agora, e os 650 mil iraquianos mortos depois da invasão do Iraque? Não valem nada?
Torga disse:
A tragédia do homem, cadáver adiado, como lhe chamou Fernando Pessoa, não necessita dum remate extemporâneo no palco. É tensa bastante para dispensar um fim artificial, gizado por magarefes, megalómanos, potentados, racismos e ortodoxias. Por isso, humanos que somos, exijamos de forma inequívoca que seja dado a todos os povos um código de humanidade. Um código que garanta a cada cidadão o direito de morrer a sua própria morte".Odeio a morte-matada pelo Estado.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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