Em 11 de Fevereiro vou votar. Nem que chovam picaretas! E, segundo a meteorologia, vai mesmo chover.
Entretanto, está a chegar ao fim (estará?) a campanha contra e a favor do aborto. Sim, na grande maioria das intervenções o que se diz, ou está implícito, é isso mesmo. Até ao paroxismo! Estou farta de ouvir os senhores do NÃO, e as suas lágrimas de crocodilo: por seres que não podem escolher, que têm direitos, blá, blá, blá … O que está aqui em causa é o jogo político; quem tem mais influência na opinião pública. E o resto são cantigas.
É previsível, e já se tinha verificado em 98, o “ataque” à nossa inteligência, a culpabilização, melhor a excomunhão, do acto por parte da Igreja Católica e dos seus agentes (igual ao fundamentalismo islâmico. O que nos salva é termos um estado laico, se não seria a mesma coisa) enviados às portas de cada um, incomodando a nossa intimidade, enrugando uma ou outra consciência com santinhos e santinhas lacrimejantes.
Agora a ofensiva é mais aguerrida: o recurso a gente “impoluta” e donos da verdade por parte do NÃO aumenta a cada dia. Tocou porém o descaro: o recurso à inefável filha pródiga Zita Seabra que fez outrora campanha activa pelo sim. Mas pior, pior, em minha opinião, foi o testemunho de uma senhora, com o nome escarrapachado no écran, mas não o recordo, e de cara descoberta (aqui tiro-lhe o meu chapéu) que confessou ter feito sete abortos num período de tempo que não fixei, mas me pareceu curto. Curto ou não, não importa. Foram 7, caramba! E disse ser contra o aborto! Pudera, ainda terá ânimo para mais?
Como é possível que uma campanha tão moralista e moralizadora vá buscar um exemplo destes para alertar para os malefícios, tanto físicos como psicológicos, do aborto? Quem duvida que é perigoso? Quem quererá seguir aquele exemplo?
O que lhes vale é que àquela hora estava toda a gente a ver o Malato na 1.
Não sou médica, mas parece-me impossível alguém ter feito sete (!) abortos e estar viva, e bem viva, para o testemunhar!
Ou então é mentira e, nesse caso, o partido do NÃO é ainda mais obsceno nos seus métodos. E como é que sendo pela continuação da penalização “de acto tão vergonhoso” vem dar visibilidade a quem o praticou sete (!) vezes?
Não estou a condenar ninguém, e interessa-me pouco, mesmo nada, o que a dita senhora fez. O que eu quero é impedir a humilhação e o perigo de quem não terá tempo para fazer sete abortos, porque morrerá eventualmente ao primeiro.
escrito por Gabriela Correia, Faro
EM 11 DE FEVEREIRO VOTO "SIM"
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4 comentário(s). Ler/reagir:
Que falta de vergonha.
Como se pode defender um assassinato deste modo consciente.
Lá porque há aborto clandestino legaliza-se.
Muito inteligente.
Como reagirá uma criatura destas se um alarve se lembrar de propor:
-descriminalizar o roubo até (p.e.) aos 5 mil euros?
-Uma agressão em que não haja sangue;
- Uma corrupção que não ultrapasse os 10 mil euros;
- Uma tentativa de violação;
etc. etc. poderia multiplicar os exemplos.
Mais ainda, como é que em se podem referendar valores humanos?
É como aquele mestre escola que no auge da demagogia punha a votação a classificação morfológica de palavras.
Por exemplo para saber se "alegria" era um substantivo ou um adjectiva punha o caso a votação.
Tudo gente muito inteligente e muito responsável.
Ó "sempre não", a tua argumentação é falaciosa: supõe o que pretende provar. Explicando-me: a comparação com o roubo (que é crime) só é válida se se considerar que a IVG também é crime. Ora é precisamente isso que está em questão: saber se a IVG é crime. Em conclusão, o que fazes é raciocinar circularmente.
O Gaby, tanta ignorância!!!Para já, não sabes o que é a excomunhão(não és católica de certeza e aposto q t sentes bem assim).Depois se achas que isso q não sabes o q é(a excomunhão) é igual ao fundamentalismo islâmico, informa-te sobre a lapidação de mulheres imposta pelo Al Corão q consiste em matar à pedrada(com pedras pequenas para demorar mais tempo)as mulheres q tiverem relações sexuais ANTES OU FORA DO CASAMENTO.
Se quiseres saber(bem como os patetas do blog) alguns nomes dessas felizardas consulta www.es.amnesty.org e estuda o artº 83 do Cód. Penal do Irão.
São estas as civilizações que os nossos "progressistas" do BE, PCP,etc. tanto defendem do "imperialismo americano"!!!
Porque não experimentam esse modo de vida?!?!
Ó Abdullah, malcriado. Quem lhe dá o direito de me tratar por tu ou por Gaby? Se discorda de mim ou me acha ignorante deve dizê-lo com educação. Não o conheço,e dou graças a Deus por não o conhecer. Deve ser bem pior que qualquer Abdullah. Mas vozes de burros não chegam ao céu.
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