Para não esquecer...

BENTO XVI, O DAS CAVERNAS

Do Público de hoje:

O Papa Bento XVI publicou o segundo mais importante texto do seu pontificado, um documento assinado ontem sobre a eucaristia. A manutenção do celibato, a sugestão de que haja mais latim e gregoriano nas missas e o apelo a mais beleza nas celebrações são algumas notas do documento.
  1. Mais latim
    [mesmo que seja nas celebrações internacionais]?!
    e porquê não grego? ou aramaico, a língua de Jesus
    [como sugere o director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, Peter Stilwell]?
    Eu acho bem: dêem-lhes latim e aramaico
    [mesmo nas celebrações internacionais, nada de inglês ou outra língua que o pessoal entenda]!
    quanto mais incompreensível a coisa for, melhor! menos perguntas se hão-de fazer. Imagine-se ler, ou ouvir ler, a Bíblia em aramaico!... assim ninguém perceberá que há nos livros sagrados dos cristãos passagens que... ai valha-me Deus!

    O director Stilwell acima referido lembra que as orações em latim, como o Pai Nosso, podem ser aprendidas na catequese ou por repetição. É isso mesmo! que maravilha não será ver novamente o espectáculo de que se recordarão os menos jovens: o pessoal a debitar umas lengalengas de latinório sem qualquer sentido...

  2. Mais gregoriano?! concordo totalmente, desde que o texto seja em latim! ou em aramaico!...
Leio a notícia e sou levado a pensar que o Vaticano não aprendeu nada com Lutero
[que já partiu para o Senhor há uns anotes, os suficientes para os Papas terem aprendido a lição].
Mas logo a seguir penso o contrário: o Vaticano sabe que a leitura dos livros sagrados nas línguas vernáculas está intimamente relacionada com a ideia luterana da interpretação livre dos mesmos. Por outro lado, foi a ultrapassagem do gregoriano que produziu as obras musicais que se conhecem; por exemplo, as cantatas de Bach
[só possíveis porque, designadamente os corais, se destinavam a ser cantadas pela assembleia dos fiéis. Mas isso é coisa de protestantes!].
Tudo
[além do mais que já foi referido, a insistência no celibato dos sacerdotes, na recusa da comunhão aos divorciados recasados...],
tudo indica que este Papa está a caminhar para trás: viva ele muito tempo e ainda há-de chegar à idade das cavernas
[onde nem o latim nem o gregoriano lhe hão-de valer de grande coisa. Ainda menos do que valem já].
escrito por ai.valhamedeus

6 comentário(s). Ler/reagir:

lourenja.blogspot.com disse...

A instituição Igreja além de andar a reboque da ciencia e das vontades agora quer retoceder!!!

Anónimo disse...

Acho bem, principalmente o latim para a conversa e o gregoriano para a música; são apenas dois géneros e reduz-se drasticamente a pluralidade do canto e das armas. O mundo está muito complexo e se em Portugal já adoptaram o simplex, O Vaticano não se pode descuidar; aliás, a próxima visita do Papa ao que resta do interior (vocês sabem do que estou a falar...)será, será às gravuras rupestres do Côa. O passado guarda ali grandes ensinamentos, mesmo sem gregoriano e muito menos sem latim: desenhava-se. Ainda vão transformar as igrejas em atelier. Oxalá.

Anónimo disse...

Talibans no Afeganistão! E os outros onde estão? Mais um esforço e chegamos ao churrasquito.

Padre Lúcio disse...

Caríssimos
A liturgia é o momento supremo do encontro de Deus com o homem enquanto ser terreno. Nesse momento deve encerrar-se toda a beleza e concentração que não são compatíveis com desvios que os não crentes tanto defendem.
Aliás uma questão me assalta.
Se os não crentes tanto se contarariam perante as posições da Igreja sobre vários assuntos, por que se acham com o direito de opinar sobre assuntos de Fé e de Salvação que eles próprios afirmam desconhecer?
Como afirma Sua Santidade Bento XVI:
"A beleza da liturgia ... é expressão excelsa da glória de Deus e, de certa forma, constitui o céu que desce à terra. O memorial do sacrifício redentor traz em si mesmo os traços daquela beleza de Jesus testemunhada por Pedro, Tiago e João, quando o Mestre, a caminho de Jerusalém, quis transfigurar-Se diante deles (Mc 9, 2). Concluindo, a beleza não é um factor decorativo da acção litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à acção litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza."
Que a Fé ilumine a todos.

Ai meu Deus disse...

quer o senhor dizer, sr. padre lúci(d)o, que a beleza da liturgia se consegue com mais latim e mais gregoriano?

O sr. padre lúci(d)o lembra-se dos tempos em que os ajudantes da "liturgia" papagueavam fórmulas que ninguém entendia nem significavam nada em latim, de tão deturpado o latim era -- enquanto as beatas sussurravam padrenossos e avémarias, com salverainhas pelo meio? Bem... se isto é beleza, já não sei o que é um espectáculo confrangedor...

Que os olhares de Santa Luzia lhe iluminem os olhos (ou as vistas, como desejar)!

Anónimo disse...

Oh Padre Lúcio!
Então o amigo depois de desejar que a fé nos ilumine (como outrora as queimadas da inquisição?!), acerta-nos com um conceito de beleza, resguardada pela concentração, ambas incompatíveis com os desvios que os não crentes tanto defendem... Mas que desvios? A liturgia servida pela língua materna, deixa de ser bela? Louvar ao Senhor e afins sem ser em canto gregoriano, mas pelos pauliteiros de Miranda, também é um desvio, e já não é belo?

Portanto, concluindo, a acção litúrgica só brilha segundo a sua própria natureza, conversada em latim e cantada em gregoriano. Tudo isto nos torna mais conscientes do mistério que não entendemos. É assim? Pode acontecer que eu nem tenha entendido nada deste assunto, ou coisa nenhuma, o que vai dar ao mesmo.