Para não esquecer...

MUNDO CÃO

Esta semana, um jovem da Beira Interior foi vítima de uma sobredose de heroína.

Não mereceu uma única palavra por parte dos meios de comunicação

[o que é comum não é notícia].
As pessoas da sua aldeia acharam que ele colheu o que semeou e que foi bem merecida a morte que teve.

Não sei quantas pessoas puseram a mira mais além do tipo que «não servia para nada».

A verdade é que o problema da droga não pode confinar-se ao mundo do drogado e sua família. É muito mais complexo. E os principais responsáveis não vivem nessas aldeias, nem sequer neste país.

No ano 2000 a produção de papoila no Afeganistão atingiu os níveis mais baixos de sempre. O governo Taliban estava empenhado em eliminar o cultivo e consequente negócio da matéria prima para preparar o ópio e a heroína. Por questões religiosas dos fundamentalistas islâmicos
[segundo rezam as crónicas dos analistas políticos do mundo livre e democrático].
O país foi entretanto invadido para resolver de uma penada, e rapidamente, o grave problema do terrorismo.

O terrorismo aumentou e a produção de papoila também. Em 2006, essa produção atingiu os quatro bilhões de dólares
[uma parte significativa do orçamento do governo que o combate ao terrorismo justifica e encoraja].
Claro que nos países livres e democráticos não se fala nisso, como não se fala da escória que as sobredoses ajudam a limpar. Mas os políticos de todas as cores enchem a boca
[e os meios de comunicação servem-lhes de altofalante]
com as brilhantes ideias que os seus respectivos governos têm para eliminar a droga. Entre as mais inovadoras estão as rusgas policiais feitas nos bairros pobres das grandes cidades
[nunca li nenhuma notícia de uma rusga feita numa urbanização de luxo, como se ali não houvesse drogas].
A ver se algum governo se atreve a sugerir que se acabe com a produção de papoila no Afeganistão!

escrito por J. Alberto, Porto Rico

2 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Continuas o mesmo Bétinho.E se viajares num avião k pum for contra o .....Palácio do "Povo" em Pequim???
Como não é um país livre e democrático, estás safo.
E k tal a admiração pelos taliban(burkas,mulheres sem direito à educação e à saúde, apedrejamentos etc....)
Nem na pré-história...
Abre os olhos e põe-te no séc. XXI

Anónimo disse...

Muito bem observado Mr. Vladimir. Quando alguém lhe falar dos malefícios da droga, não seja betinho. Meta-o num avião e... truz, contra o Palácio do «Povo», para que aprenda a respeitar o mercado livre.
Mas pensando melhor, para qué perder um avião se conseguimos o mesmo resultado com uma sobredose de heroina?