Em 1985, com pompa e circunstância, foi assinado no Mosteiro dos Jerónimos o tratado de adesão de Portugal à CEE. Era então 1º ministro Mário Soares e vice-primeiro ministro, Rui Machete.
Nos claustros do Mosteiro juntou-se la crème de la crème europeia. Mário Soares, impante, dirigiu as cerimónias, com a modéstia que se lhe reconhece.
Nas comemorações dos 50 anos da CEE, hoje União Europeia, o presidente da República juntou todos aqueles que tiveram um papel importante nas negociações e desempenharam cargos junto da Comissão Europeia. Houve algum alarido: o Dr. Mário Soares não foi convidado. Para alguns era a prova do provincianismo de Cavaco; para outros, Soares nunca teve responsabilidades directas nas negociações. Depois, o presidente convida quem quer.
Na altura em que foi assinado o tratado de adesão havia um presidente da República a exercer o mandato: o General Ramalho Eanes. A cerimónia realizou-se a uns trezentos metros da sua “casa”; não consta que o general tivesse sido contra a adesão; era a ele que competia ratificar os tratados internacionais
(artº 138º da CRP).Porque não foi convidado? Por ter sido reeleito contra o voto expresso de Mário Soares! Por ter demitido Soares de primeiro ministro
(poder que Soares se apressou a tirar na revisão de 82)!Por nunca ter ido na conversa chocha de Soares
(digo eu).Ninguém na altura
(o PSD tinha apoiado Soares Carneiro e estava ainda de luto pela morte de Sá Carneiro...)defendeu o General. A desconsideração ficou impune.
Ainda se há-de escrever a verdadeira história de Soares.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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