[no plural]é
[em Portugal e no Brasil]um divertimento em que os parceiros vão montados em cavalgaduras – uma espécie de torneio popular. Na região de Viseu, as cavalhadas são associadas a Vildemoinhos
[uma povoação encostada ao perímetro urbano da cidade, terra de um campeão olímpico: Carlos Lopes],o seu ex-libris, uma tradição com mais de 355 anos.
A história das Cavalhadas de Vildemoinhos mistura-se com a lenda
[ou será pura lenda?]e analisa-a criticamente Alberto Correia no seu Cavalhadas de Vil de Moinhos
[edição do autor. (1979?)].Críticas à parte, adopto a versão mais... poética
[que interesse tem, aqui, a verdade dela?].Estava-se em 1652, com estiagem prolongada e consequente escassez de água. Nas hortas das margens da cidade se esgotavam as águas do rio Pavia, presas nos açudes. Mais longe, em Vildemoinhos, as 43 mós dos moleiros estavam paradas.
Em visita festiva
[as festas de solstício]à capela de São João da Carreira
[à beira do caminho que sai de Viseu para Nascente],os moleiros abrem represas e açudes. As mós giraram de novo, mas os açudes voltaram a erguer-se e a estancar a água – e estalou a guerra entre camponeses e moleiros. As autoridades estão do lado dos segundos, mas os primeiros resistem. As autoridades locais escrevem a Lisboa e da capital chega, em resposta escrita, novo apoio aos moleiros.
“Os moleiros, agradecidos, fazem o voto de ir agradecer ao Santo o milagre da sentença favorável. E cumprem o voto na noite festiva de S. João.” (p. 15).Hoje as Cavalhadas deixaram de ser o “velho e tradicional cortejo de moleiros mascarados, montados em alimárias, perseguindo os vultos hieráticos dos Mordomos guiados pela bandeira, em esbeltas montadas” (p. 36-37), para se transformarem num complexo espectáculo de Corso. A coisa começa de manhã e prolonga-se durante várias horas. Em Monumentalidade visiense
[Viseu : AVIS, 2007],Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa sintetizam-na assim:
“Abrem o cortejo quatro mordomos, de casaca e chapéu alto, ladeando o Alferes da Bandeira que leva chapéu bicorne e bandeira cor de púrpura, todos a cavalo dão previamente três voltas à capela de S. João Baptista, depois, atrás deles outros cavaleiros engrossam a cavalhada onde aparecem a seguir os engenhosos carros alegóricos[“Há carros artísticos, carros humorísticos e carros tradicionais”, com prémios atribuídos por um júri -- especifica Alberto Correia (p. 39). E bandas de música, ranchos folclóricos, gigantones, Zés Pereiras,... e uma multidão a esgotar todo o espaço que ladeia todo o percurso],partindo então até Viseu. Só os cavaleiros irão até S. João da Carreira, como é da tradição[desde 1954].De regresso a Vildemoinhos é festa até às tantas” (p. 132).
escrito por ai.valhamedeus
2 comentário(s). Ler/reagir:
Excelente serviço público, cultural e promocional da bonita cidade de Rua..., perdão, de Viriato! Não conhecia tais cavalhadas de Vildemoinhos, mas tb não consta que as tivesses divulgado antes. Abraço,
ALM
Obrigado ao AiJesus pela divulgação que faz das Cavalhadas .
Viseense exilado na capital!!
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